domingo, 16 de junho de 2024

Tenho sede

  


O poço é fundo:

profunda, a escuridão.

O tormento é medonho!

Em forma de sede,

desarma, aperta, sufoca,

limita a vida.

 

O poço é fundo.

A água se perde na escuridão.

Profunda é a sede

que gela, pesa, paralisa,

tolhe os sentidos.

 

O poço é fundo.

Não há corda.

A água, um brilho fosco,

regrado, tímido, fraco,

desfaz-se em fragilidade.

 

O poço é fundo.

O balde, inútil,

jaz no chão.

O fio de esperança,

já escasso,

seca, como água ao sol.

 

O poço é fundo:

a sede, severa.

No escuro do coração,

o estalo: a luz se fez.

A água jorra pura, cristalina.

Renova a vida.

 

O poço é fundo:

profunda, a abertura.

No tempo da graça,

o destino da água.

Certeira, vence a escuridão,

sacia a sede da alma.

 

O poço é fundo:

profundo, o amor.

Vem de Deus,

ecoa, penetra,

oferece a água da vida,

sem balde, sem corda, sem poço.


                                                                        Luisa Garbazza

                                                                16-06-2024

                                Retiro Espiritual: "Junto ao poço de Jacó".








Nenhum comentário:

Postar um comentário