sábado, 2 de abril de 2022

Em tempos de paz

 


Queridos leitores, encerramos o primeiro trimestre de dois mil e vinte e dois, ano no qual depositamos tanta esperança. Infelizmente, porém, o sinal verde veio fraco, pálido, escondido por detrás de tantas barreiras. Não bastasse os resquícios da pandemia, que ainda nos podam a liberdade de viver, fomos assombrados por uma guerra estúpida, que tem dizimado tantos irmãos e irmãs nossos e tirado o sossego de outros tantos. Apesar de tudo, somos convidados a rezar, confiar em Deus e acreditar na paz que merecemos. Que venham os tempos de paz.

Eu creio na paz quando vejo crianças sorrindo, brincando sem preocupações, pois confiam no pai e na mãe que estão sempre por perto, prontos para estenderem a mão ou acolherem em um abraço quando alguma pecinha do mundo infantil não se encaixa.

Eu creio na paz quando presencio famílias inteiras, nos bancos da Igreja, buscando em Deus a força necessária para prosseguir a caminhada, mesmo que o dia a dia seja de dificuldades. A graça recebida enche o coração e, como combustível, ajuda a conservar a serenidade e a praticar as virtudes aprendidas de Jesus: mansidão e humildade.

Eu creio na paz ao observar ações solidárias que amenizam o sofrimento de irmãos carentes, necessitados de alimentos, de cuidado, de mãos estendidas, de afeto. Se somos todos filhos de Deus, se Jesus veio ao mundo para que todos tenham vida plena, não há nada que prejudique mais a paz que ver o sofrimento estampado no rosto de um ser humano, mesmo que venha disfarçado em forma de sorriso, notadamente sem graça.

Eu creio na paz ao ver os esforços desmedidos do Papa Francisco em prol dos que sofrem os horrores da guerra na Ucrânia. Sei que sequer consigo imaginar aquela realidade, mas sinto que todos ali estão necessitados de um pouco de dignidade e paz: os que perderam tudo; as famílias que foram brutalmente separadas; os que sofrem tentando deixar o país; as adolescentes e jovens indefesas ante os olhares de homens sem moral; os governantes de ambas as nações; os soldados combatentes; as mães que veem seus filhos, jovens ainda, obrigados a se apresentarem como soldados... Se há guerra, faltou o amor, a fraternidade, a tolerância, a clemência. Se há guerra, houve abundância de ambição, fome de poder, ódio. Se há guerra, esqueceu-se de Deus e desprezou-se a paz.

 Vida nova

Estamos vivendo os últimos dias da Quaresma, tempo de oração, de conversão, de busca por uma vida nova. Momento propício para suplicarmos paz. De que adianta passar pela Quaresma e não vivê-la? Deixemos que o sofrimento de Cristo nos inspire a mudar nossa vida. Sair do egoísmo e abrir caminhos para a generosidade. Sair da autossuficiência e estender a mão, aceitar a presença e a ajuda do outro. Deixar de lado o desamor e a injustiça e abrir o coração para acolher o outro e tratá-lo como igual. Sair da indiferença e enxergar os que vivem à margem da vida, à espera de leis mais justas, de pessoas mais acolhedoras e sensibilizadas.

Venham comigo! Sonhemos com a paz! Lutemos pela paz! Façamos nossa parte, no meio em que vivemos, seja na família, no trabalho, na Igreja ou na sociedade. Sejamos construtores da paz. No mais, confiemos em Deus, ofereçamos a Ele orações e sacrifícios para que a paz aconteça em todos os lugares. Rezemos pelos que ainda não aprenderam – ou esqueceram – o real conceito dessa palavra como dom coletivo. Peçamos a São José, patrono da Igreja, que nos auxilie nessa campanha.

Desejo a vocês, queridos leitores, uma Semana Santa abençoada e uma vida nova na Páscoa da Ressurreição. Possamos todos, na graça de Deus, presenciar o fim das guerras e alcançarmos tempos de paz.

luisagarbazza@hotmail.com

Do jornal PARÓQUIA N. Sra. do Bom Despacho

2 comentários:

  1. Não havia lido, no tempo devido, seu texto clamando pela Paz!
    Sinto a dor destes nossos dias tão difíceis para esperançar pela Paz!
    Mas, aqui estou! Juntando fé n'Aquele que quer nos dar a Sua Paz! Que possamos, cada vez mais, corresponder ao Seu AMOR e ajudar a construir a Paz!
    Obrigada, Luísa!

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  2. Obrigada, Lúcia!
    A paz nunca se fez tão necessária!!!
    Abraço.

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