Todo ano, quando maio enfeita o calendário, as
homenagens são voltadas para as mães. Quando se tem uma mãe aqui na terra, a
festa, regada com muito amor, ganha brilho e cor. Mas para quem, assim como eu,
perdeu esse privilégio a alegria é permeada da ausência sentida. Sobram as
lembranças. O coração sente a dor da saudade, mas também a ternura deixada pela
convivência materna.
Em minhas lembranças, volto no tempo de
infância e vejo minha mãe: linda, alegre, brincalhona, trabalhadora, mulher de
fé, que teve de se dividir em dez para atender a todos os filhos. E subdividir-se
em tantas, pois também auxiliou muitas mães a trazerem seus filhos à luz. E ajudou a cuidar dos filhos de muita gente.
Vivendo na simplicidade, desprovida de vaidade, assim nos educou, ensinando-nos
os valores que ficam. As lembranças levam-me ao sítio onde morávamos. Espaço de
natureza intocada. Então, no “Dia das Mães”, saíamos pelos campos colhendo as
flores mais lindas para ofertar à nossa mãe, a querida dona Maria. Quanto amor
e ternura havia naquele gesto! Amor infinito, guardado no peito, que invocam
algumas lágrimas enquanto escrevo essas linhas.
Voltando à realidade, penso no ser humano e em sua
necessidade de proteção, em especial a proteção materna. E não é apenas na
infância. Engana-se quem se acha tão independente que não precisa do carinho de
mãe. Elas são sempre necessárias. Como é bom ter alguém com quem dividir os
problemas, que nos dê atenção, nos olhe nos olhos e faz-nos perceber que somos
amados, como só uma mãe sabe amar. Neste mundo louco, em meio ao egoísmo e à
correria, as mães são aquelas que estão semp[LG1] re
ali, dispostas a nos ouvir e com uma palavra amiga a nos oferecer. Durante a
vida toda. Já faz sete anos que minha mãe foi morar no céu e ainda é tão
presente e necessária em minha vida.
Falando em necessidade, vejo as dificuldades
pelas quais estamos passando, neste tempo de pandemia. Estamos todos um pouco
carentes de afeto, de carinho, da presença uns dos outros. Inclusive das mães,
muitas vezes. Mães que estão mais velhas, ou adoentadas, e têm que se privar da
presença dos filhos, para não ficarem expostas a uma possível contaminação pela
Covid 19. Muitos filhos estão carentes dessa presença confortadora, que dá
ânimo e força na caminhada. Quantas mães vão passar o “Dia das Mães” sozinhas,
sem abraço, sem carinho, sem afeto, sem “vida”. É aí que se faz tão necessária
a proteção da Mãe das mães.
Maria, mãe do filho de Deus, é mãe por excelência,
por isso abraçou a maternidade dos filhos e filhas de Deus. Maria sofreu tanto!
Ela soube ouvir o que o Senhor Deus lhe disse, aceitou sua missão, apesar das
dificuldades imensas, dividiu com Jesus as dores da cruz e aceitou, no momento
da dor mais profunda, quando via seu filho morrendo, ser mãe da humanidade. Ela
é nossa Mãe. Todos temos licença para sentar em seu colo e pedir um pouco do
seu amor, que é infinito e abrangente, sem reservas ou discriminação.
Neste mês de maio, mês em que celebramos as
mães, é a essa mãe amável, admirável, venerável, louvável, poderosa, fiel que
me recorro. É a ela, saúde dos enfermos, refúgio dos pecadores, consoladora dos
aflitos, que peço por todas as mães. Olhai com bondade, Mãe do céu, para as
mães aqui na terra. Sede a alegria das mães que convivem com os filhos, o
alento e a companhia para as que têm filhos distantes, o consolo e a mão que
enxuga as lágrimas daquelas que perderam os filhos. Seja mãe presente na vida
dos que estão privados da presença física da mãe, seja pela distância, seja
pela morte.
Maria, mãezinha do céu, Rainha dos Anjos,
Rainha da Paz, neste mês das mães – e sempre - dai-nos vossa proteção. Dai-nos
vossos braços que acolhem, vosso colo que nos aconchega e faz-nos entender seu
amor. Amém.
Luisa Garbazza
luisagarbazza@hotmail.com
Amém! Começo pelo "assim seja", porque é a resposta que brota de imediato no coração quando te leio! Ter mãe é comum a todos, ainda que estejamos muitas vezes distanciados e é incrível sentir que, mesmo assim, parece um privilégio! E ser Mãe é graça dupla,não é, amiga? Reconhecermo-nos como filhos de Maria, nos traz, na esteira, a alegria de nos percebermos irmanados, uns com maiores outros com menores afinidades, como acontece exatamente no território domestico...
ResponderExcluirAgora, ser filho de Luísa Garbazza é para poucos! rsrsrs... Parabéns, querida filha de Maria! Obrigada por sua abençoada maternidade!...
Que bom que Deus me possibilitou te encontrar, através da palavra escrita e lida e me deu o presente de uma irmã muito afinada!
Quanta generosidade em suas palavras, querida amiga Lúcia!
ResponderExcluirGratidão.
Deus abençoe você, sua maternidade e toda sua família.
E que a Mãe do céu nos abençoe a todos.
Grande abraço.