quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Infinito amor


Mãe
O dia hoje amanheceu nublado, com jeito de chuva.
São as chuvas de saudades que inundam meu ser e se espalham.
Saudades imensas da senhora, do seu jeito, do seu sorriso, tal qual esse da foto: largo, verdadeiro, lindo!
Em meus sonhos, sempre a vejo assim: com essa trança comprida ao longo do corpo e com esse sorriso que tanto me encanta.
Que falta a senhora me faz!!!
Em tudo, em todos os momentos, alegres ou tristes, o pensamento voa e encontra sua imagem – viva em meu coração.
A senhora foi – é – mãe verdadeira,
sempre a primeira a me atender.
Sempre soube meus segredos, meus sonhos, meus medos,
minha ânsia de viver.
Olhou-me com ternura,
com a alma mais pura que pude conhecer.
Acompanhou meus passos, ofereceu-me seus braços,
entendeu meu sofrer.
Por mais que sofresse, por difícil que a vida fosse,
sempre tinha um sorriso a me oferecer.
E até o fim da sua terrena existência,
ensinou-me a essência de a Deus pertencer.
Hoje a alma implora,
o coração chora de saudades de você.
Mas sei que está comigo, protegendo-me do perigo, onde eu estiver.
Mãe
O amor mais lindo, mais puro e verdadeiro,
o amor mais sincero, o mais leve, o primeiro,
eu tive por você.
Em toda minha vida, mesmo sem sua presença física, 
hei de ouvir seus conselhos, saber que está rezando por mim.
Hei de senti-la, bem perto, falar do meu amor,
deixar uma lágrima cair.
E, no dia de hoje, retomar as lembranças,
os sentimentos – tão necessários – e dizer-lhe,
com toda ternura: Feliz aniversário!!!

Luisa Garbazza
21 de fevereiro de 2018

Se aqui estivesse, minha mãe estaria completando 85 anos.




domingo, 18 de fevereiro de 2018

Acolhida do Padre André



Meus prezados irmãos em Cristo, estamos aqui, reunidos, em nome de Cristo, para esta festa da vida. Festa da Eucaristia, festa do encontro, festa da acolhida.
Agradecemos a Deus pela presença de cada pessoa que aqui veio participar desta celebração. Obrigada a você, desta ou de outra paróquia, você que veio de longe ou de perto, você que trouxe seu entusiasmo e sua alegria, são todos sempre muito bem-vindos.
Agradecemos também a Deus pela presença e damos boas-vindas ao senhor, Padre André, que veio para ficar.
É com ansiosa alegria que nós, da Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, o recebemos. Nós o acolhemos com o amor que nos faz ver no outro a imagem e semelhança de Deus.
Curiosamente, perguntei a certa pessoa como era o Padre André. Se era gente boa, animado... A resposta que recebi foi animadora: “Se vocês não quiserem, podem devolver que o povo de Manhuaçu quer. Estão todos sentidos com a saída dele.” 
Então é assim que o esperamos: como alguém que cativa as pessoas. Alguém comprometido com o povo de Deus. Alguém que caminha com os pés de Missionário Sacramentino de Nossa Senhora e segue os passos fecundos do Servo de Deus Padre Júlio Maria.
Queremos contar com o senhor, Padre André, ouvir sua voz a nos orientar para caminharmos juntos e em plena sintonia.
Nessa perspectiva de fé queremos oferecer-lhe o nosso apoio e nosso auxílio!
Oferecemos ao senhor o nosso carinho, amizade e disponibilidade no dia a dia da vida comunitária.
Que o senhor seja, entre nós, o mensageiro da Boa Nova, alimentando a nossa fé na presença viva de Jesus na Eucaristia.
Mais uma vez, seja muito bem-vindo, Padre André! Nós o acolhemos de braços e coração abertos.

Luisa Garbazza
17 de fevereiro de 2019
Missa das 19h, na Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho


















domingo, 11 de fevereiro de 2018

Presença de Deus



Nós, seres humanos, somos muito apegados às coisas concretas. Muitas vezes, sentimos dificuldades em entender e aceitar os mistérios de Deus. Somos todos um pouco “Tomé”: queremos ver, tocar, sentir. Por isso a caminhada de fé é feita aos poucos, sem pressa, de acordo com o amadurecimento de cada um.
Nesse intuito, a Igreja católica celebra os “Sete Sacramentos”, sete sinais sagrados instituídos por Jesus para salvar o homem: Batismo, Eucaristia, Penitência, Crisma, Matrimônio, Ordem, Unção dos Enfermos. Desde que nascemos, até nossa despedida deste mundo, estamos recebendo os sacramentos para fortalecer nossa fé e sentir a presença de Deus, mais concretamente, em nossa vida.
Além desses sete sinais sagrados, a Igreja Católica instituiu os “sacramentais”, que são caminhos que conduzem à graça de Deus – por exemplo a água benta, diversas bênçãos, velas – ajudando a santificar as diferentes circunstâncias da vida. Eles despertam nos cristãos sentimentos de amor e fé.
Um desses sacramentais é a imposição das cinzas na Quarta-feira de Cinzas. Nesse dia, durante a Celebração Eucarística, o padre sinaliza a fronte de cada fiel com cinzas – provenientes da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior –  umedecidas de água benta, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás.” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho.”.
Esse é um dia de chamada à conversão. Somos convidados a recordar o quão a vida é frágil e passageira. Somos chamados a uma mudança de vida mais profunda, pautada nos ensinamentos de Jesus através dos Evangelhos. A Igreja aconselha também que façamos jejum e não comamos carne, com o propósito de tomar parte do sacrifício de Jesus.
         Peçamos ao Espírito Santo que nos envie o dom do entendimento, para que possamos entender melhor os sacramentos e os sacramentais da Igreja. Assim podemos ver crescer, cada vez mais, nossa fé nesse Deus todo-poderoso e a amar mais a Igreja instituída por seu filho Jesus. É aí também que encontraremos forças para viver o dia a dia, a despeito das adversidades, e a amar o nosso semelhante como Jesus nos ensinou.
Aproveitemos a Quarta-feira de Cinzas que se aproxima e façamos essa experiência de fé com mais consciência e, consequentemente, mais significado.
Luisa Garbazza

Publicação do Informativo Igreja Viva

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Cultura de paz

Início de ano é sempre assim: carregado de projetos e esperanças em dias melhores. Quisera que aparecessem, em todos os corações, projetos para uma cultura de paz. Talvez não seja tão fácil assim, mas é tão necessário!
Estamos vivendo uma cultura do individualismo e tudo que vem atrapalhar a paz egoísta é motivo para desavenças. Percebemos irmãos nossos presos em seu mundo, sem se importar com o outro: o vizinho, o transeunte, a pessoa que se senta ao seu lado na igreja e, às vezes, até aqueles que moram na mesma casa. Encontramos, em nosso caminho, muitos que se exasperam uns com os outros – às vezes por coisas pequenas – e começam a cultura da violência, que vai ganhando forças e atingindo proporções incontroláveis em nossa sociedade. O que presenciamos? Violência nas famílias, nas ruas, no trânsito, nos poderes públicos. Violência provocando mortes, brigas, guerras, desespero, decepção, sofrimento, destruição. Urge colocarmos um pouco mais de humanidade em nossas relações com o outro, seja ele quem for. Afinal, somos feitos à imagem e semelhança de Deus e é assim que devemos olhar o irmão que está ao nosso lado.
Pensando nessa paz, tão necessária e urgente, retorno o pensamento para o dia primeiro de janeiro deste ano. Transporto-me – e convido o leitor a também se transportar – para a missa das dezenove horas, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho. Padre Antônio Otaviano como celebrante. A igreja muito cheia. Fiéis de várias paróquias participam da celebração. – A Igreja católica não tem fronteiras. – A bandeira branca, na procissão de entrada, assinala a preocupação com a paz, cujo dia comemoramos. A celebração começa com o peculiar entusiasmo do celebrante, que – sem pressa nem atropelos – nos leva a meditar os mistérios de Jesus em nossa vida e a perceber as mensagens que Deus nos envia através da Palavra. Em sua homilia, bem preparada, Padre Antônio dá o destaque devido à Virgem Maria, figura exaltada neste dia, e ao Dia Mundial da Paz. As palavras que chegam ao nosso coração são de calmaria e vigor ao mesmo tempo. Calmaria que nos leva a imaginar um universo de paz entre nós; vigor que nos provoca e nos coloca como corresponsáveis pela propagação da paz. Contamos ainda com a presença de Jesus entre nós, de forma mais significativa no momento da consagração, trazendo-nos a certeza de que precisamos caminhar juntos, pois somos todos irmãos.
Bela celebração! Mas ainda não acabou. Padre Antônio faz agora a oração final. Depois convida todos para cantar, sem instrumentos, a Oração de São Francisco de Assis. Começo, juntamente com os demais: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.” Então, sem entender o porquê, fico em silêncio. Fecho os olhos e absorvo o momento: As vozes saem com força e beleza, enchem a igreja, transbordam... Enchem também meu coração. Fico apenas ouvindo. Lindo, lindo! Deus se faz presente. A emoção toma conta. A lágrima escorre. A alma transcende. A paz acontece. Uma paz tão grande que, sozinha, é capaz de alcançar o coração de todos. Retomo o pensamento e fico pensando: É essa paz que desejo a toda a humanidade. A paz que vem de Deus, inunda nosso ser e reflete nas pessoas.
Por falar em paz, estamos nos preparando para vivenciar a Campanha da Fraternidade 2018, que vem gritar para o Brasil – e para o mundo – o quão necessário é a luta pela “Fraternidade e superação da violência”, afinal “Vós sois todos irmãos”.
Nessa “guerra” por um mundo mais pacífico, contemos com a força poderosa do Espírito Santo de Deus e peçamos, insistentemente, o dom da Paciência, para que aprendamos a difícil arte de nos conhecermos uns aos outros e a nos aceitarmos como irmãos. Assim, teremos o mesmo desejo: o bem e a paz.



Luisa Garbazza 

Publicação do Jornal Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho
Fevereiro de 2018