Prezados amigos, irmãos em Cristo, em sintonia
com todos os cristãos, acompanhamos, no início do mês de junho, a 39ª
Assembleia Geral Ordinária (AGO) do organismo do Povo de Deus na Igreja no
Brasil. Cerca de 209 cristãos leigos e leigas de todo o Brasil, organizados
pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), participaram, de modo
remoto, desse importante evento, que teve como tema: “Cristãos leigos e leigas
em missão: respondendo aos novos desafios”.
O objetivo do encontro é incentivar a todos
nós, cristãos leigos e leigas, a abraçar nossa missão na Igreja. Precisamos ter
consciência de que também somos responsáveis – através do nosso sim, da doação
do nosso trabalho, da nossa disponibilidade – por concretizar o apelo do Papa
Francisco e ser presença no meio em que vivemos, ser Igreja “em saída”. Somos
todos irmãos e irmãs em Cristo e, por isso, precisamos nos unir na luta de cada
dia e viver a unidade na mesma fé e no mesmo Deus. É preciso caminhar, ter
esperança em dias mais amenos, sem tanta desigualdade, lutando pela vida:
nossa, de cada irmão e do planeta, nossa casa comum.
Pensando como paróquia, há muito a ser feito.
Há espaço para todos, cada um com seus dons e carismas. Há espaço nas
pastorais, grupos, serviços e movimentos, que existem única e exclusivamente
para servir: a Deus e ao irmão. Para isso é preciso estar disponível, de corpo
e alma, e cultivar uma vida de oração, alimento indispensável para a saúde
espiritual.
Leigos a serviço
Na Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho,
temos muitos leigos que reservam um pouco do seu tempo como doação para as
coisas de Deus. Durante o ano todo, há muito trabalho a ser feito, mas, em
algumas datas, o trabalho é mais intenso, como a Semana Santa, por exemplo.
Tanto que algumas pessoas pensam que somos remunerados, conforme já fui
abordada a respeito. Não sabem que a maior recompensa no trabalho gratuito é a
graça de Deus.
Nesta crônica, no entanto, gostaria de abordar
o trabalho da “Equipe do Cenáculo”, terminologia ensinada pelo Padre Antônio
Otaviano. São as pessoas que cuidam do espaço celebrativo. Quem chega à igreja
para as celebrações, não imagina o quão minucioso e cansativo é o trabalho
feito nos bastidores. São muitas horas de doação, na alegria e na gratuidade,
para ornar o espaço de acordo com o tema litúrgico. Além de embelezar a igreja,
esses “arranjos” servem também para estimular nossa reflexão.
Muitas pessoas, em sua maioria mulheres, já
passaram por essa equipe. Na lembrança, vêm-me as saudosas Elisa Mesquita e a
Bárbara Silva. Entre nós, sem atuação, por causa da Covid, dona Aurora, dona
Lúcia, Telma e outras. A dona Maria José, hoje já quase “aposentada”, dedicou a
vida inteira a essa ocupação. Faz parte efetiva da história da paróquia.
Atualmente, à frente da “Equipe do Cenáculo”,
temos a Adélia e a Maria Marta. Duas incansáveis na arte de ornar o espaço
celebrativo. Quase todos os dias, lá estão elas, com suas habilidosas mãos,
limpando, passando as toalhas dos altares, organizando flores, montando altares
temáticos, oferecendo-nos belos motivos para nossos momentos de reflexão. São
muitas horas de dedicação, de trabalho voluntário oferecido a Deus em prol de
seus filhos e filhas. E tudo feito com esmero, com alegria e muito amor.
Tomara que o esforço dos leigos e leigas que se
sentiram chamados a ocupar seus lugares nessa grande família, filhos de Deus,
sirva de exemplo e motivação para outras pessoas experimentarem a satisfação de
se pôr a serviço do outro, como o próprio Cristo nos ensinou: “Eu vim para
servir e não para ser servido”. Assim podemos, todos nós, ir além e “sair para
as veredas e encruzilhadas, como discípulos missionários”.
Luisa Garbazza
Julho de 2021
Publicação do jornal "Paróquia N. Sra. do Bom Despacho".
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