Zuma preparava a casa para
receber o filho. Nem mesmo as notícias estarrecedoras que abarrotavam os
noticiários, aterrorizando a população, foram suficientes para demovê-la da
ideia.
Com o rosto coberto por uma
máscara, o rapaz chegou, em uma tarde fria de inverno, quando os últimos raios
do sol saltavam do horizonte, avermelhando o céu. A mãe abriu um leve sorriso,
olhou-o com ternura, aproximou-se e o abraçou sem pressa.
Novo dia. A máscara foi
esquecida. Sobraram amor e cuidado, cama limpa e comida boa, carinho e atenção.
Passou o tempo, passaram as dores, passou a doença.
Veio a despedida...
Era uma manhã de sol, quando
Benedito recebeu o telefonema. Em poucas horas, estava de volta à casa da mãe:
vazia, triste, silenciosa. Avisado pelos vizinhos, correu ao hospital.
Sem permissão para entrar,
ficou aguardando notícias. A espera, porém, foi breve. Em minutos, viu o corpo
passar em um caixão lacrado. Acompanhou-o, taciturno, sem a chance de
contemplar o rosto da mãe uma última vez.
Luisa Garbazza
Conto selecionado para a antologia da Unifebe
Publicação em E-book:
https://www.unifebe.edu.br/site/wp-content/uploads/contos-da-quarentena-ebook.pdf
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