Estamos
vivendo o tempo quaresmal. Durante estes quarenta dias, somos convidados a uma
postura de oração, jejum e caridade. É preciso padecer um pouco: fazer
abstinência de alguma coisa, deixar de comer algum alimento, reservar um tempo
maior para a oração e ainda lançar um olhar sobre o irmão e ajudá-lo em suas
necessidades.
Para
os momentos orantes, recorremos à Palavra de Deus, presente no livro santo. As
leituras bíblicas da liturgia nos levam a refletir sobre o pecado, a conversão,
a súplica a Deus todo poderoso. Também nos convida a acompanhar os últimos
passos de Jesus e a ouvir suas palavras, que nos dão lições de humildade, de
desapego, de perseverança e nos convida a tomar nossa cruz e segui-lo.
Ao
falar em lição de humildade, lembro-me das palavras do Padre Jayme, na homilia
da quarta-feira, dia 20 de março. Comentando o Evangelho da mãe que queria
escolher lugares para os filhos ao lado de Jesus, na vida eterna, Padre Jayme
nos instruía sobre o valor da humildade.
Segundo ele, por mais que pensemos estar nas graças de Deus, não cabe a
nós exigir alguma coisa. Mesmo que ocupemos um cargo mais alto, seja na
sociedade, na política ou na própria Igreja, importa mais o modo como
conduzimos esse cargo. Precisamos agir com humildade, servir o outro sem
procurar nos enaltecer. Afinal, foi o próprio Jesus que nos disse: “Eu vim para
servir, e não para ser servido”. – O próprio Padre Jayme nos dá o exemplo de
humildade quando, pelas limitações do corpo, aceita as mãos que o levam ao
altar.
Ouvindo
as palavras do Padre Jayme, percebemos o quanto devemos estar vigilantes.
Cuidar para que o ego não ocupe o lugar de honra em nossa vida. O que
precisamos, de verdade, é nos convencer de que tudo o que fazemos é para Deus.
Nada deve ser feito para nos engrandecer. E tudo deve ser a favor do irmão. A
glória é, portanto, toda de Deus. O que fica de nós, diante do Criador, é o que
somos lá no coração, onde só Ele vê. Como diz Madre Teresa de Calcutá, “Veja
você que, no final das contas é tudo entre Você e Deus e não entre você e os
homens”.
Jesus
pregava a humildade. Em sua trajetória entre os homens, tinha sempre uma
palavra de censura para os grandes e poderosos que não respeitavam os pobres e
oprimidos. E sempre ajudava os humildes, mesmo aqueles que ocupavam um cargo
mais elevado. Ele, sim, sabia ler o íntimo da pessoa e ver suas verdadeiras
intenções, seus verdadeiros sentimentos. Por isso valorizava tanto os humildes
de espírito e os chamava de bem-aventurados, porque deles é o reino dos céus.
Assim,
neste tempo quaresmal, peçamos a Deus a graça de fazer tudo por amor. Saibamos
nos colocar, de corpo e coração, à disposição dos mais necessitados. Há tanto a
ser feito! “A messe é grande e poucos os operários.” Aprendamos de Jesus a
lição de humildade. Aprendamos de Maria a lição de estar sempre pronta a
atender a vontade do Pai: “Faça-se em mim segundo a vossa palavra”.
Dai-nos,
Senhor, a graça de entender a nova aliança proposta por Jesus: “um novo reino
de justiça e esperança, fraternidade, onde todos têm lugar”. Ajudai-nos, a não
cairmos na tentação do egoísmo, do orgulho, da audácia de pensar que somos
melhores que qualquer um de nossos irmãos e irmãs. Concedei-nos sabedoria para
vivermos a verdadeira humildade, essa que nos leva a crer que somos todos
iguais e precisamos de nos amar e de cuidar uns dos outros como aprendemos de
vós. Amém.
Luisa
Garbazza
Publicação do jornal "Paróquia"
Abril de 2019
Estou aqui na leitura destas palavras tão atuais, tão necessárias, a nos atualizar no ensinamento do Mestre dos mestres.
ResponderExcluirGrata, Luísa! Deus seja louvado no seu trabalho que nos ajuda tanto!
Gratidão ao Padre Jayme que nos deixou o legado desta instrução, associada à leveza do seu sacerdócio.
JESUS, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!
Isso mesmo, Lúcia! Lição de humildade, principalmente nos seus últimos dias.
ResponderExcluirJESUS, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!