Mais
uma vez, em nossa caminhada de Igreja, vivenciamos a Quaresma. Mais uma vez,
somos convidados a olhar para nós mesmos, a refletir e a buscar um jeito novo
de viver como filhos de Deus, como irmãos, portanto. Na correria do dia a dia,
no entanto, às vezes nos deixamos levar pelas relações por conveniência, ou
relações genéricas, sem maior conexão. Por isso, nesse tempo quaresmal, à
espera de um tempo novo, na alegria da ressurreição de Cristo, somos convidados
a rever nossas atitudes e a olhar, com mais amor, para as pessoas com as quais
convivemos ou que cruzam nossos caminhos. “Afinal somos todos irmãos.”
São
os irmãos de sangue, nascidos na mesma família, que merecem nosso respeito e
nosso carinho, ainda que seja em situações adversas.
São
os irmãos de caminhada, os que frequentam os mesmos lugares, os que se sentam
ao nosso lado na igreja, os que estão sempre presentes. Merecem o nosso olhar,
um cumprimento amistoso, um sorriso, uma ajuda quando solicitada.
São
os irmãos que estão nas calçadas e praças de nossa cidade e que, muitas vezes,
tornam-se invisíveis aos nossos olhos.
São
os irmãos diferentes, seja por doença, dificuldades físicas, classes sociais...
Enxergar
além das diferenças nem sempre é fácil. Aliás pode ser muito difícil. Pode até
causar estranheza ou desconfiança. Mas é essa a meta de cada cristão, tão
propagada pelo Papa Francisco.
É
justamente isso que a Igreja nos apresenta como tema para reflexão em 2024. Não
basta, entretanto, rezar a Campanha da Fraternidade. É preciso mudar nosso
jeito de olhar a realidade que nos rodeia. É preciso enxergar o outro tal qual
ele é: um filho de Deus, assim como nós o somos. É preciso ir ao encontro do
outro, saber de suas necessidades, ajudar a superar carências e dificuldades,
sejam físicas, sociais, morais ou espirituais.
Como
somos fracos e pecadores, confiemos na graça de Deus e peçamos a Jesus que nos
ajude a cultivar essa boa vontade para “abraçar” o outro, para ver em cada
pessoa um irmão, que tem os mesmos direitos, pois também é filho de Deus.
Peçamos a Maria, nossa Mãe, que nos olhe com carinho e nos ensine o seu jeito
simples de vencer as distâncias, de amar e de servir, sem distinção.
Luisa Garbazza
Março de 2024
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