Estamos
vivendo um tempo de renovação, de redescoberta da vida, inclusive da vida
religiosa. Por causa da pandemia, ficamos sem saber o que fazer ou o que
poderíamos fazer sem colocar em risco nossa vida e a de outrem. A igreja
tornou-se um lugar muito visado. Apesar do distanciamento, muitos fiéis, mesmo
sem ser do grupo de risco, optaram por abandonar a “Casa de Deus”. Alguns
passaram a acompanhar os ritos religiosos de casa, através das redes sociais.
Outros, nem isso. Agora precisamos nos readaptar à vida religiosa
participativa. Encontrarmo-nos com a comunidade de fé. Buscarmos o alimento
espiritual necessário para bem vivermos nossa vida de cristãos. Afinal, é a
partir daí que começamos a trilhar nosso caminho rumo à santidade.
Não basta, no
entanto, frequentarmos a igreja. É preciso traçar caminhos, segundo os
ensinamentos do grande Mestre, e por eles caminhar firme, sem desviar, sem
buscar outros propósitos que não o da confiança ilimitada em Deus. Já sabemos
que não é uma estrada fácil de ser transitada. Nela encontraremos pedras, que
tentarão atrapalhar nossos passos; labirintos, que dificultarão nossa direção;
sombras e escuridão, que nos atrapalharão a visibilidade. Também nos serão
ofertados inúmeros prazeres, situações atrativas, que colocarão nossa fé em
risco. Por isso é tão importante a vida de oração. É através da oração
constante – e da participação na Missa e nos Sacramentos – que estaremos
abastecidos de Deus e teremos forças para suportar os reveses da vida sem nos
distanciarmos de Jesus: Caminho, Verdade e Vida.
Exemplos de santidade
Para nos
servir de guia, nesta trajetória da vida, temos o exemplo dos inúmeros santos e
santas de Deus, homens e mulheres que se dedicaram a Deus e ao próximo,
sofreram dores físicas e morais, foram levados ao martírio por causa de sua fé,
mas não se deixaram esmorecer. No mês de novembro, mês em que se celebra o “Dia
de todos os santos”, celebra-se particularmente muitos dos que alcançaram
graças diante de Deus. Como exemplo, no dia 12, temos São Josafá Kuncewicz, que
defendia com muita coragem a autoridade do papa como o verdadeiro representante
de Cristo e o sucessor de Pedro na terra. Por isso foi espancado, torturado e
morto. No dia 22, Santa Cecília, virgem e mártir, que cantava a Deus: Senhor,
guardai sem manchas o meu corpo e minha alma, para que não seja confundida.
Dia 30, santo André, primeiro discípulo
de Jesus, martirizado por continuar a obra do Mestre. E tantos outros.
A santidade
acompanha o povo de Deus em toda sua existência. Todos nós somos chamados a ter
uma vida santa. Na era moderna, muitos são os que se anularam por uma causa
maior, como Madre Tereza de Calcutá e Irmã Dulce, duas santas mulheres que se
dedicaram ao cuidado dos pobres, dos doentes, dos desvalidos. Nós, como
paróquia sacramentina, acompanhamos a trajetória, rumo à santidade, do fundador
Padre Júlio Maria De Lombaerde. Quem conhece a história desse homem de Deus,
fica encantado pela fé grandiosa e pela disponibilidade em fazer o bem, servir
os mais necessitados. Padre Júlio Maria abandonou tudo o que tinha e o que
seria capaz de conquistar para se tornar padre missionário. Atravessou mares,
desbravou florestas e matas, foi aonde o Senhor o chamou. Esqueceu-se de si e
cuidou dos pobres, das crianças, dos jovens, dos velhos, das mulheres tão
oprimidas. E, imitando o Mestre, fundou uma congregação em que ensinava o amor
incondicional a Jesus Eucarístico e a Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento.
Pensando em
santidade, sejamos firmes em nossa caminhada. É preciso seguir o exemplo do
Padre Júlio Maria, aceitando a estrada do amor e sacrifício. E perseverar.
Assim, um passo de cada vez, dia após dia, vamos nos aproximar do ideal
proposto por Jesus e acreditar que possamos, um dia, glorificar a Deus ao
entregarmos nossa vida.
Luisa Garbazza
Novembro de 2021
Para minha mãe - in memoriam -, a mais santa que já conheci.
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