"Deixai vir a mim os pequeninos e não os
impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. (São
Marcos 10, 14)"
Jesus
nos ensinou a ter alma de criança por causa da pureza que elas trazem no
coração. Lendo essa passagem, lembro-me de meu sobrinho-neto Davi. Em seus
cinco anos, Davi é pura inocência! Tem um jeito todo especial de viver e
conviver. Um sorriso puro, jeito carinhoso, um olhar do qual emana uma paz que
toca a alma da gente. E ainda tem um quê de ingenuidade que me encanta. Davi é
um anjo. Na última vez em que o encontrei, despedi-me dando-lhe duas notas de
vinte reais. Chegou o irmão Miguel e disse: “Ô, Davi, divide aí!” Em sua
inocência, com o semblante doce e sereno, ele simplesmente pegou uma das notas
e a entregou ao irmão. Meu sobrinho Thales - pai de Davi - quis intervir. Fiz sinal para que deixasse.
Foi um gesto muito lindo que precisa ser valorizado e imitado. Ali entendi
realmente o significado de ser semelhante aos pequeninos.
Ainda
pensando nessa passagem, projeto-a para a festa que celebraremos em outubro: o
Dia das Crianças. Como é bom festejar esse dia! Como é gratificante receber o
olhar de gratidão dessas pessoinhas tão amadas por Jesus e que têm tanto a nos
ensinar! A criança traz, escancarada no olhar, toda a essência de sua alma. A
sinceridade com que falam as verdades e traduzem os sentimentos é graça divina.
As lições que nos ensinam precisam ser levadas a sério.
Para
esse dia dedicado às crianças, e para todos os outros dias, peço a Deus:
que todas as crianças possam
ser criadas com amor;
que haja paz em todas as
famílias, para que as crianças cresçam sem serem obrigadas a participar de
cenas de violência e desamor;
que as dores das crianças
sejam levadas a sério e que elas possam receber sempre os cuidados necessários;
que as crianças tenham
direito ao carinho dos pais, e que os pais estejam sempre presentes e
disponíveis para ajudá-las;
que todas as crianças tenham
alguém para lhes contar histórias, muitas, e alguém para ouvir suas próprias
histórias;
que as crianças tenham
livros, muitos livros, para crescerem com mais sensibilidade e menos ansiedade;
que os pais sejam provedores
das necessidades materiais, mas, acima de tudo, provedores de amor, de carinho,
de compreensão, de ternura e afeto;
que os pais tenham
consciência da gravidade da superexposição da criança às telas: computador,
televisão, celular, tablet;
que os pais ensinem às
crianças o caminho do bem, da religião, do amor;
que os pais apresentem às
crianças o Papai e a Mamãe do céu;
que os pais tomem seus
filhos pelas mãos e os levem à igreja, casa de Deus, para aprenderem a rezar e
abastecerem o coraçãozinho dos bens espirituais;
que nenhuma criança tenha
que enfrentar a fome, o frio, o desprezo, o abandono, o abuso sexual, os maus
tratos, a tristeza, o medo;
que nenhuma criança tenha
que crescer rápido demais por causa das asperezas da vida.
Neste dia doze, e sempre, abençoai,
Senhor, todas as crianças para que vivam com alegria e dignidade. E
abençoai-nos, Senhor, para que aprendamos delas a sabedoria de vida que nos
ensina a sermos dóceis, mansos e humildes de coração. Só assim poderemos nos
aproximar de vós. Só assim seremos dignos de suas bem-aventuranças. Amém.
Luisa Garbazza
Jornal
Paróquia (Paróquia N. Sra. do Bom Despacho)
Outubro de
2018
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