“Todo
o homem e mulher é uma missão, e esta é a razão pela qual se encontra a viver
na terra”.
Esse é um trecho da mensagem do
Papa Francisco para o mês das missões 2018. São palavras significativas que nos
levam a pensar sobre nossa missão como cristãos e como filhos e filhas de Deus.
Como navegantes nesta grande barca da vida, todos somos responsáveis pelo bem
estar uns dos outros. Para ficarmos em sintonia com o barqueiro, precisamos
estar em sintonia com cada um dos tripulantes. É nossa missão zelarmos pelos
que navegam conosco, mesmo que não estejam ao nosso lado.
Com esse objetivo, em outubro, o
mês das missões, tivemos um tríduo missionário: oportunidade de sair ao
encontro daqueles que estão um pouco mais distantes. Um grupo de leigas e
leigos da Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, com a presença edificante da
Irmã Joelita e dos seminaristas sacramentinos – Rafael, Rubens, José Marques,
Michel e Antônio –, saímos para realizar visitas missionárias nas comunidades
Nossa Senhora Aparecida, Santo Expedito e Santo Antônio. Durante os três dias
de visitas, tivemos o apoio espiritual e a presença do Padre André e do Padre
Márcio, que aproveitaram para visitar os doentes das referidas comunidades.
O resultado dessa missão foi muito
gratificante! Para mim – e para quase todos do grupo – foi a primeira
experiência de missão. Nunca havia participado de nada parecido. No final,
fizeram sentido as palavras do Papa Francisco, quando pede que sejamos “uma igreja
em saída”. Às vezes ficamos tão ensimesmados em nós mesmos, ou protegidos pelas
paredes das igrejas, que, quando saímos em missão, percebemos outra realidade,
outra igreja, aquela que não vemos. E isso aumenta nossa responsabilidade nessa
barca da vida. Há muitos escondidos nos porões da barca, sem perceber a luz do
sol e a beleza das águas pelas quais navegamos.
Saímos em grupos, armados de
textos, orações, Bíblia, com o intuito de evangelizar, falar de Jesus. Entramos
nas casas, conversamos, rezamos, abençoamos e fomos abençoados. Fomos muito bem
recebidos por nossos irmãos, que ficaram surpresos ao ver católicos em missão.
Fomos acolhidos igualmente pelos que professam outras crenças.
Mas, em alguns
lugares em que entramos, o que mais fizemos foi ouvir. Encontramos pessoas
carentes, necessitadas de alguém com quem pudessem dividir seus anseios, seus
temores, suas dificuldades. Encontramos mães com o coração em pedaços, aflitas
por não poderem ajudar seus filhos; mulheres desejosas de uma realidade mais
amena; pessoas sozinhas, à espera de alguém para lhes fazer companhia; irmãos
nossos lutando contra doenças. Encontramos olhares suplicantes, famílias com
dificuldade de conviver umas com as outras. Assim percebemos a urgência do
“amai-vos uns aos outros”.
Encerramos as visitas
missionárias convictos de que foi apenas o começo: a missão não pode parar. Não
podemos ficar nessa condição de cristãos acomodados. Há tantos precisando de
nós! A barca é grande, e as tempestades são frequentes. O barqueiro conta
conosco para atravessar o mar da vida. Todos temos algo a oferecer, não
guardemos os dons que recebemos para nós apenas, em uma atitude egoísta e
inconsequente.
Retomando as palavras
do Papa Francisco, cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade:
«Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo».”
Luisa Garbazza
16-11-2018
Publicação do
Jornal “PARÓQUIA”
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