A oração é o nosso
meio de comunicação com Deus e com os santos, nossos intercessores, aqueles
que, conforme acreditamos, levam nossos pedidos ao Pai, através de seu filho
Jesus. Quando nascemos em família orante, aprendemos, desde pequeno, a rezar,
assim que nos levantamos pela manhã, e parar um pouco, no final do dia, erguer
os olhos para o céu e formular uma prece de agradecimento pelo dia que passou.
Depois aprendemos a rezar participando da Santa Missa. Aos domingos, ir à Missa
é um ritual, uma obrigação, um momento de encontro com Jesus na Eucaristia. E
assim, pela vida toda, a oração é – ou deveria ser – o que nos sustenta e nos
faz entender que a espiritualidade é essencial para nossa existência.
Seria bom que essa
certeza fizesse parte da vida de todas as pessoas, ou pelo menos da vida dos
cristãos, pois foi o próprio Cristo que nos ensinou a rezar, através dos
apóstolos. No entanto, em todos os tempos, mais ainda na era científica e
tecnológica em que vivemos, o homem tem uma estranha mania de pensar que pode
viver sem Deus. Então cria suas próprias certezas, seus próprios deuses e vive
cada um à sua maneira. Por isso é tão importante intensificarmos nossa vida de
oração e pedirmos, insistentemente, que a mão de Deus esteja sobre nós e sobre
o mundo inteiro. Através do nosso exemplo de fé e oração, pela força do
Espírito, podemos atingir a vida de muitas pessoas. E são muitos os
necessitados, inclusive nós próprios.
Um dos momentos mais
sublimes de comunhão com Deus é a Santa Missa. Quando realmente entramos em
sintonia com o mistério celebrado, saímos com a alma leve e o coração feliz
pela presença de Jesus em nossa vida. Gosto de observar, durante as
celebrações, a atitude das crianças. Fico emocionada e agradecida quando vejo
uma criança que reza, que participa da celebração. Algumas, apesar da pouca
idade, acompanham o folheto, rezam alto, repetem os gestos, tudo com seriedade
e concentração. Outro dia, acompanhei o comportamento de uma menina – sete,
oito anos mais ou menos – que estava sentava bem à minha frente. Foi lindo de
ver: os olhos fixos no altar, alheia aos demais acontecimentos. Dava para
imaginar a presença dos anjos ali à sua volta.
Outro momento de
alegria, pela presença de criança que reza, foi no dia em que celebramos o
Sagrado Coração de Jesus. A turma do Apostolado da Oração estava em destaque na
igreja, com suas camisas brancas e suas fitas vermelhas. Vivemos momentos de
emoção e muita fé. No final, o Padre André, que presidia a celebração, chamou à
frente as pessoas que iriam receber a fita. Entre elas, duas crianças –
pré-adolescentes, talvez. Foi uma grata surpresa ver aqueles dois pequenos participando
do Apostolado da Oração. Eu olhava com admiração a atenção dos dois, o olhar
atento dirigido ao padre, ouvindo-lhe as palavras. Senti, junto com eles, a
presença de Jesus, quando receberam a fita vermelha.
"Vigiai e orai para que não entreis em
tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” Foi uma das
mensagens que Jesus nos deixou através do Evangelho de São Mateus. A oração
sustenta o espírito. É muito bom ver alguém em oração. Melhor ainda é ver uma
criança que reza, pois sabemos que, por trás de tal comportamento, há uma família
que reza, que ensina, que dá o exemplo aos filhos. Dai-nos, ó Pai, a graça de
nos mantemos unidos a vós através da oração. Amém.
Luisa Garbazza
Jornal "A
Paróquia"
Julho de 2018
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