terça-feira, 27 de setembro de 2016

Semana da Santa Cruz

Relato da Semana da Santa Cruz

11 a 18 de setembro de 2016
Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho


Motivação

“É com paternal apreço e com muita alegria que me dirijo a todo o Povo de Deus da querida Igreja Particular de Luz – padres, diáconos, seminaristas, religiosos, religiosas, leigos e leigas – para convocar a todos para o ANO DA GRAÇA, que acontecerá do dia 1º de dezembro de 2013 ao dia 30 de novembro de 2014.”
Dom Antônio Carlos Félix
Bispo Diocesano de Luz


Vivendo o Ano da Graça, ao longo de 2014, a Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho se mobilizou para um resgate da história cristã do povo desta cidade. Padre Mundinho, SDN lançou a ideia de se fazer um memorial da paróquia. Com a ajuda de muitos leigos e leigas e a ajuda efetiva de Felipe Cunha, reunimos objetos, fotos, registros históricos, documentos, relatos e  conseguimos organizar um respeitável memorial para a paróquia.
Nesse mesmo ano, o memorial foi organizado em uma sala, na casa das Irmãs de Santa Terezinha, e lá ficou em exposição por um bom tempo. Depois foi recolhido, acondicionado e guardado à espera de um lugar propício para recebê-lo.
Em 2015, por ocasião dos 70 anos da sagração de nossa belíssima Igreja Matriz, fizemos, mais uma vez, um exercício de volta ao passado e resgate de nossa memória, que constou de estudos sobre o documento “Relato da Sagração”; nomes dos padres que passaram pela paróquia, em especial por ocasião da sagração; a devoção ao Imaculado Coração de Maria, cuja imagem compõe nossos altares desde antes da sagração da Matriz.
Sempre que se fala em memórias, para nós bom-despachenses, o pensamento sempre se volta para a Rua Cruz do Monte, lugar onde teve início o pequeno povoado do qual originou a cidade de Bom Despacho. Ali foi fincada uma cruz e construída a primeira capelinha do lugar.
Há alguns anos, no lugar da cruz, foi construída uma pequena capela em honra ao Senhor Bom Jesus: a capela do Senhor Bom Jesus da Cruz do monte. A cruz foi levantada, em frente à capela, a alguns metros abaixo. Desgastada pelas intempéries do tempo, em 2015 ocorreu a queda da Cruz, que foi recolhida e guardada, pois já não serviria ao propósito.
Em 2016, através da influência de Felipe Cunha, a Igreja conseguiu, da Prefeitura Municipal de Bom Despacho, a doação de um terreno, próximo à capela, para a construção do memorial da paróquia. Também o Padre Mundinho comprou a madeira e conseguiu a doação da mão de obra para a confecção de uma nova cruz. Com o projeto do prédio do memorial já pronto, e com a aproximação da festa da Exaltação da Santa Cruz, o pároco, Padre José Raimundo, SDN, propôs a realização da “Semana da Santa Cruz”, durante a qual, entre outras atividades, haveria o levantamento e bênção da nova cruz e o lançamento da pedra fundamental do tão sonhado memorial.


Preparação prévia
Formou-se então uma comissão, composta pela Cristiane – secretária paroquial –, Felipe Cunha, Flávio Roberto de Andrade – coordenador do Conselho Paroquial de Evangelização (CPE), – Luisa Garbazza – secretária do CPE –, Marquinhos Tavares – coordenador do Conselho para Assuntos Econômicos (CPAE) –, Tuca – coordenadora da Comunidade Sagrado Coração de Jesus –, Marisa – zeladora da capela – e Adélia – da equipe de Liturgia da Matriz. 
Reunimo-nos para conhecer o esboço da festa, já traçado pelo pároco – Padre Mundinho –, analisar a viabilidade e montar estratégias. Também fizemos um cronograma com todas as atividades e estipulamos responsáveis para cada uma delas.
Em linhas gerais, ficou assim:
Missa de abertura: dia 11 de setembro, a partir das 7h30.
Comunidade Sagrado Coração de Jesus.
Missas da Misericórdia: de 12 a 16 de setembro, às 6h.
         Equipe de Coordenação da Liturgia da Matriz.
Terço da Misericórdia: de 12 a 16 de setembro, às 15h.
         Grupos de oração.
Atividades culturais e religiosas: de 12 a 16 de setembro, à noite.
         Responsáveis diretos: Padre Mundinho e Felipe Cunha
Barraquinhas: de 14 a 17 de setembro, às 20h.
         Responsáveis diretos: Flávio, Cristiane e Tuca.
Missa de encerramento: dia 17 de setembro, às 19h.
Comunidade Sagrado Coração de Jesus.

A ECAP e a Equipe de Liturgia reuniram-se para programar as missas da Misericórdia, que seriam realizadas de 12 a 16 de setembro. (Antônio e Elisa, Rangel e Daniela, Flávio e Luisa, Adélia)



Domingo – 11 de setembro
A abertura da festa

O início da festa se deu com a concentração dos fiéis na manhã do segundo domingo de setembro – dia 11 – na Capela do Sagrado Coração, no Bairro Ana Rosa.
Às 7h30 subimos, todos em procissão, até a Capela do Senhor Bom Jesus da Cruz do Monte. Na chegada, houve o rito de abertura da Porta Santa, concedida pelo Bispo Dom José Aristeu Vieira à comunidade, por ocasião da Festa da Santa Cruz. Após a leitura do documento de concessão, Padre Mundinho explicou o significado da Porta Santa e como conseguir as indulgências plenárias concedidas no “Ano Santo da Misericórdia”. Logo após, aspergiu a porta e abriu-a para a passagem dos fiéis.
A pequena capela não comportou todos os presentes. Muitos foram os que ficaram do lado de fora, perto das portas, e no pátio em frente. Mesmo assim foi possível acompanhar a cerimônia, pois foram instaladas caixas de som na escadaria da capela.
Ali foi celebrada a missa de abertura da “Semana da Santa Cruz”. O celebrante – Padre José Raimundo da Costa, SDN –, em sua homilia bem significativa, inspirado pelas leituras providenciais desse dia, ajudou-nos a refletir sobre a importância da cruz na vida de cada cristão católico. Refletimos também sobre a misericórdia de Jesus, que está sempre pronto a nos acolher em seu coração. Conforme nos disse São Lucas no Evangelho do dia: “Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão”. (Lc 15,7)
Após a celebração, houve ainda a apresentação de alguns cortes de reinado que ali compareceram para prestigiar a festa.
Encerou-se assim o primeiro dia, a abertura da “Semana da Santa Cruz”.








Segunda-feira – 12 de setembro

Na manhã da segunda-feira, dia 12 de setembro, iniciamos as atividades com a Missa da Misericórdia, às 6 horas da manhã, lá na Capela do Senhor Bom Jesus da Cruz do Monte.
A equipe de liturgia, coordenada pela Regina Dias, chegou ao local às 5h30. A Bárbara anotava as intenções. Um cartaz, com o tema do dia, foi afixado na porta: Santa Cruz Gloriosa – promessa de redenção. Além desse tema, englobamos também três obras de misericórdia corporal: Dar comida a quem tem fome; Dar água a quem tem sede; Vestir os nus.
O celebrante, Padre Antônio Otaviano, conduziu nossa reflexão sobre a Santa Cruz de Cristo e sobre o valor histórico-cultural e religioso daquele espaço para a vida da cidade.
A capela ficou pequena para receber todos os fiéis. E a disposição foi tanta, que combinaram de ir mais cedo, a partir de terça-feira, para rezar o terço mariano antes da missa. É a graça de Deus alcançando o coração das pessoas.






Às 15h – capela cheia – os fiéis se reuniram para a oração do Terço da Misericórdia, sob a coordenação dos membros do Apostolado da Oração. Rezando e invocando a misericórdia de Deus para cada um de nós.


Às 20h, novamente nos reunimos, agora para a oração do Terço Mariano Itinerante. Momento ímpar, como nos relata a crônica abaixo:

Terço mariano: fé e emoção
A Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho celebrou, de onze a dezessete de setembro, a Semana da Santa Cruz. Do alto da Cruz do Monte, os fiéis se reuniram para rezar, louvar, conhecer um pouco mais nossa história, exaltar a Santa Cruz e participar da bênção do novo cruzeiro ali levantado.
De segunda (dia 12) a sexta (dia 16), além da Santa Missa, às 6h da manhã, e o Terço da Misericórdia, às 15h, tivemos atividades culturais e religiosas à noite. Foram momentos bem vividos que muito nos enriqueceram, nos alegraram e nos aproximaram de Deus. Um desses momentos, acontecido na segunda-feira, a partir das 20h, foi o Terço Mariano Itinerante, organizado pela equipe do Terço dos Homens, com a presença das famílias e da comunidade.
Já de início, pudemos perceber a presença de Deus na alegria e na disponibilidade dos que organizavam o ambiente. Na praça, em frente à capela, foi montado o som, um pequeno altar e uma arquitetura interessante, um pouco elevada do chão e inclinada, com o formato do terço. As contas eram pequenos anéis. A cruz encerrava – ou iniciava – a obra de arte.
Em breve foi aumentando o número daqueles que se aproximavam para rezar, agradecer a Deus pela presença de Maria em nosso meio e elevar súplicas aos céus. O Alan começou o momento de oração. Voz firme e tranquila, promoveu um instante de concentração e sintonia com Deus, fez o oferecimento do terço e convidou a todos para se recolher em preces. Em cada mistério, Alan elevava a voz aos céus implorando proteção aos mais necessitados. E encerrava invocando a Mãe de Deus em seus mais diversos títulos. A entusiasmada turma do canto, com hinos belíssimos dirigidos a Maria, nossa Mãe do Céu, alegrava-nos e emocionava-nos ao mesmo tempo.
Com uma didática muito inclusiva, os coordenadores foram escolhendo pessoas para rezar o início do terço e o primeiro mistério: uma pessoa para o Pai-nosso e uma para cada Ave-Maria. A assembleia respondia a Santa-Maria. A cada pessoa indicada, foi entregue uma rosa. Quando terminava de rezar, encaminhava-se à frente e colocava a rosa nos anéis do terço montado em frente à capela. Depois foram convidando pessoas para o mistério seguinte. Após a oração de cada um, Padre Mundinho foi organizando os fiéis para montar outro terço, agora com pessoas. As tochas acesas faziam a separação dos mistérios. Tudo isso sem perder o espírito de recolhimento e oração.
Cada mistério com flores de cores diferentes, o terço foi tomando forma e adquirindo beleza. Mas a beleza maior estava na manifestação de fé das pessoas que ali estavam e participavam da oração:
na boa vontade de quem segurava a rosa para oferecer a Maria;
na voz de quem elevava aos céus sua oração;
no olhar de súplica que denunciava a prece que trazia no coração;
na emoção da criança que rezava à Mãezinha do céu;
na piedade de alguns homens que se ajoelhavam para rezar a ave-Maria, sem se importar com a aspereza do asfalto;
na humildade da fala entrecortada pela emoção e pela debilidade do corpo;
no silêncio da voz que não veio, embargada pela emoção;
na solidariedade de quem serviu de Cirineu;
no sentimento que não consegui conter no peito e que se converteu em lágrimas.
Após o terço, em um gesto concreto de fé, um grande manto foi passado por cima de cada pessoa ali presente simbolizando a proteção de Maria, a medianeira de todas as graças: “Cubra-nos com seu manto de amor. Guarda-nos na paz desse olhar”.    
Luisa Garbazza
Artigo publicado no Jornal Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho








Terça-feira – 12 de setembro
A terça-feira começou mais cedo, conforme o combinado. Às 5h30, sob a coordenação da Irmã Áurea, deu-se início à reza do terço. Mais fiéis foram chegando. A Mônica anotava as intenções.
O Rangel e a Daniela, que ficaram responsáveis pela liturgia, afixaram o cartaz com o tema do dia: Santa Cruz de Cristo – sinal de salvação e fizeram o comentário inicial. Também refletimos sobre as seguintes obras de misericórdia corporais: dar pousada aos peregrinos; assistir aos enfermos; visitar os presos.
O celebrante, Padre Mundinho, SDN, sem pressa nem atropelos, conduzia nossos pensamentos para refletirmos sobre a Santa Cruz e percebermos a misericórdia de Deus e a fé do oficial romano que pediu pelo empregado. Assim, também nós, devemos crer nessa misericórdia infinita.


                     

Às 15h, novamente o Terço da Misericórdia, agora a cargo dos membros do Terço das Mulheres. Mais uma vez a capela ficou cheia de cristãos em oração.


À noite, com início às 19h30, um momento essencialmente cultural: Mesa redonda, mediada pelo Padre Mundinho, com a participação do professor Raimundo da Silva Rabello e de Orlando Ferreira de Freitas.
O Felipe fez a abertura oficial cumprimentado os presentes e  apresentando, nos momentos oportunos, a biografia de cada participante da noite.
A abertura das atividades se deu com a apresentação instrumental no violino de Laísa Santos Silva.
O Padre Mundinho fez a motivação do evento, dizendo da importância do resgate histórico, para bem-viver o presente, e da criação do memorial sacro para o crescimento da espiritualidade do povo. Lembrou também a criação do Memorial da Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho e da prévia preparação para a sua criação. Foram envolvidos nessa preparação o próprio Padre Mundinho, Felipe Cunha, Luisa Garbazza, Sylvia Xavier, Zeni Handan, Neusa Ramos e Gildásio Pinto. Abordou ainda a formação da cidade em torno das capelas; as três colinas; as três cruzes – Cruz do Monte, Cruz das Dores e Cruz Quebrada –; os nomes dos santos nas ruas e bairros da cidade; a Eucaristia e a Penitência como elementos fortes de espiritualidade do povo. Padre Mundinho encerrou sua fala falando da celebração da Semana da Santa Cruz, com motivação religiosa e cultural: porta aberta para outros encontros com o objetivo de resgatar a história da cidade.
Logo em seguida, falou o professor Raimundo da Silva Rabello, um grande pesquisador da história do Centro-Oeste mineiro do século XVIII e XIX, autor do livro “O país do Pitangui”. Demonstrou grande sabedoria e boa memória ao citar nomes e datas, sem consultas a nenhum documento, de tantas pessoas que fazem parte de nossa história, inclusive participantes da Inconfidência Mineira. Fez também menção às lendas presentes em Minas, principalmente no Centro-Oeste, como a “Rebelião da Cachaça”. Fez referência ainda a algumas histórias de seu livro, entre elas aquelas que mencionam os barões e as baronesas, a estrada de ferro e a primeira fábrica de tecidos.
Passou-se a palavra a Orlando Ferreira de Freitas, pesquisador da historiografia e genealogia de Nova Serrana e Bom Despacho, que iniciou sua fala ressaltando a feliz ideia de trazer a Semana da Santa Cruz para o alto da Cruz do Monte, local onde foi construída a primeira capela, dedicada a Nossa Senhora do Bom Despacho do Picão.
Orlando Ferreira disse que os registros de nossa história estão cheio de lendas e inverdades, pois foram feitos após 120 anos. Alguns nomes inclusive nem existiram. Através dos estudos, é fácil chegar a uma verdade, pois a lenda morre em si mesma; a história segue, não para de crescer. Segundo ele, Cruz do Monte é o embrião de Bom Despacho e Nossa Senhora do Bom Despacho veio para cá como protetora e “convertora” dos gentios.
Encerrou-se o encontro com os comentários do público e as respostas dos convidados.
A mim, encantou-me, mais que os livros publicados por esses dois historiadores, aqueles que eles carregam em si mesmos. É louvável ver quantos dados, nomes e pessoas, lugares e datas que citaram ao longo da fala, sem consultar nenhum documento. Foram momentos proveitosos.


Quarta-feira – 14 de setembro

Dia da exaltação da Santa Cruz


Bem cedinho, a capela já estava cheia de fiéis para a reza do terço. É muito bom ver a comunidade reunida em oração.
Às 6h, a celebração da Santa Missa. O tema do dia, apresentado pelo casal Antônio e a Elisa, foi: Santa Cruz Bendita – fonte de misericórdia. Também lembramos a última obra de misericórdia corporal - Enterrar os mortos – e duas obras de misericórdia espiritual – Dar bom conselho; Ensinar os ignorantes.
Foi uma celebração muito piedosa. Enriqueceu-nos as palavras do celebrante – Padre Rogério – principalmente quando falou sobre a Leitura de São Paulo aos Filipenses, que nos diz: “Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens.” (Fl 2,6-7)

 Nossa meta como cristãos é, também nós, esvaziarmos de nós mesmos para seguir Jesus e ajudar o irmão. 



Às 15 horas, os fiéis se reuniram para elevar súplicas ao Pai, através do Terço da Misericórdia. Nessa quarta-feira, os membros do movimento Mãe Rainha ficaram com a coordenação desse momento de oração.


A noite da quarta-feira nos trouxe momentos de intensa espiritualidade, mas também momentos de descontração e confraternização. Começou com a belíssima participação da Banda de Música do 7º Batalhão, que chegou bem cedo para receber, com agradáveis canções, os que ali chegavam.

Do início da rua, quando cheguei, tive a impressão de que estava voltando no tempo e ia participar de uma quermesse. O povo chegando, as tochas acesas, o som da banda de música, tudo muito lindo!


Às 19h30, em uma cerimônia belíssima e ricamente preparada, teve início o rito de bênção da nova cruz e lançamento da pedra fundamental do Memorial Nossa Senhora do Bom Despacho. (A antiga cruz sucumbiu com o peso dos anos e as intempéries do tempo. A nova cruz foi confeccionada pela família do senhor Geraldo Meco, com a madeira adquirida pelo Padre Mundinho.)      




Hora da cerimônia. Um corredor, forrado por um longo tapete vermelho e ladeado por tochas acesas, ligava a capela ao lugar preparado para a cerimônia. Nas escadarias da capela, o Coral Sesc Ouro das Gerais, sob a regência do maestro Samuel Lopes. Após o comentário inicial, antecedido pelos coroinhas, que levavam velas e turíbulo, e ao som de belíssima melodia executada pelo Coral, o Padre Mundinho se deslocou da capela até o altar organizado aos pés da cruz, seguido por Felipe Cunha. Ali foi celebrado o “Rito de bênção da nova cruz”, com belíssimas orações, leituras, a fala do Padre Mundinho, dirigida à comunidade ali presente, e preces ao Pai do Céu.





Padre Mundinho falou sobre a importância da cruz na história da salvação, cruz que antes era símbolo de morte e castigo, tornou-se símbolo de redenção e salvação, quando Cristo ressuscitou, depois de nela ser crucificado. Falou também da importância do cruzeiro, no alto da Cruz do Monte, local que tem uma significação muito grande na história de Bom Despacho, principalmente na vida religiosa do povo dessa terra.



Durante a celebração, houve a aspersão da cruz e a caminhada do povo, que se aproximou para beijar o Madeiro Sagrado. Logo após, foi feita a apresentação, leitura e bênção da placa que será afixada aos pés da Cruz, com a presença do senhor Geraldo Meco e familiares. Houve ainda a bênção da pedra fundamental do Memorial Nossa Senhora do Bom Despacho, que será construído bem perto da capela.
Depois, Padre Mundinho abençoou os presentes, encerrando a cerimônia, e ali foi colocado um livro de assinaturas para deixar registrado o nome dos que participaram desse momento histórico para nossa paróquia.

Para encerrar as atividades da noite, tivemos um momento de confraternização, com barraquinhas e a apresentação do Grupo de Seresta de Bom Despacho, sob a coordenação de Cibele Ferreira. A alegria dos irmãos ali reunidos mostrou que a noite valeu a pena.

  




  
Quinta-feira – 15 de setembro

Na quinta-feira, a Missa da Misericórdia ficou a cargo de Flávio – coordenador do CPE – e Luisa Garbazza, que afixaram na capela, às 5h30, o cartaz com o tema – Santa Cruz Libertadora – esperança de ressurreição. Também refletimos sobre as Obras de Misericórdia Espirituais: Corrigir os que erram; Consolar os aflitos; Perdoar as injúrias;

A Santa Missa, tão bem celebrada pelo Padre Antônio Otaviano, trouxe um Evangelho bem propício para o dia, quando Jesus, do alto da Cruz, instituiu Maria como Mãe de todos os viventes. Através das leituras, Padre Antônio levou-nos a refletir sobre a bondade e a misericórdia de Deus para com cada um de nós.





Às 15h, momento de respeito, por nos lembrar do horário da morte de Jesus, foi rezado, mais uma vez, o Terço da Misericórdia, neste dia sob a coordenação dos membros da Legião de Maria. Povo unido, implorando a compaixão do Pai.

Na noite deste dia 15, a partir das 19h, foi realizada uma piedosa Hora Santa. A adoração foi organizada pelo Felipe Cunha. Com a capela na penumbra, foi exposto o Santíssimo Sacramento. A luz suave do lugar, a incidir sobre o ostensório, possibilitou mais aconchego, maior concentração, mais proximidade com o Salvador, presente no Santíssimo Sacramento.
 Através das falas do Felipe, das letras das melodias e dos momentos de silêncio para nos colocarmos individualmente diante de Jesus, refletimos sobre alguns pontos importantes para nós cristãos, em especial a necessidade de abraçar a nossa cruz e a confiar na misericórdia divina.
A bênção, realizada pelo Padre Mundinho, coroou esse momento de oração na presença do Santíssimo Sacramento.




Logo após a hora santa, na praça em frente à capela, tivemos uma apresentação cultural muito especial, realizada por membros da família Couto que formaram um grupo chamado “As Margaridas”.
Tudo foi acontecendo naturalmente, sem grande alarde, mas veio para encantar. Através da música, da dança e da encenação, o grupo fez uma viagem ao passado e nos trouxe os primeiros acontecimentos, o início do povoado em torno da cruz, a crença em Deus e em Nossa Senhora e a devoção à Santa Cruz. Fez menção aos primeiros habitantes, à chegada dos negros, ao trabalho das mulheres, às cirandas cantadas na época. Deu enfoque ainda ao costume de formar grupos e carregar água para molhar o pé da cruz pedindo chuva, pela intercessão de Santa Maria Madalena. (Dentro da apresentação, houve o momento de levar a água para molhar a cruz. E a chuvinha veio de madrugada. Fina, calma, em pequena quantidade, mas o suficiente para amenizar a secura do ar.)
Após a apresentação, barraquinhas e momentos de confraternização fecharam os acontecimentos do dia.






Sexta-feira – 16 de setembro
Sexta-feira, último dia da Missa da Misericórdia. A organização da Liturgia ficou a cargo da Adélia, Jarbas e Elenir. No comentário inicial, refletimos sobre o tema: Santa Cruz Augusta – caminho de conversão. Também sobre as duas últimas obras espirituais: Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; Rogar a Deus por vivos e defuntos.
Padre mundinho, em sua homilia prática e profunda, levou-nos a refletir sobre o significado da ressurreição. E, mais uma vez, falou-nos sobre a misericórdia de Deus e lembrou-nos do sentido que a Santa Cruz tem para nós, cristãos.

No final da celebração, um agradecimento a todos os que participaram dessa semana de orações:




        Encerrando essa semana da misericórdia, elevemos ao Pai Celeste uma prece de ação de graças. Foram cinco dias abençoados, em que aqui nos reunimos para louvar a Deus, implorar a sua misericórdia, exaltar a Santa Cruz como promessa de redenção, sinal de salvação, fonte de misericórdia, esperança de ressurreição e caminho de conversão. Também refletimos sobre as obras de misericórdia, espirituais e corporais, que nos ensinam a bem viver a fraternidade.
Agradeçamos, pois, a Deus por todos os benefícios concedidos: a presença dos sacerdotes – hoje especialmente o Padre Mundinho –; o sim da comunidade para esses momentos de oração; a penitência de vir ainda mais cedo para a oração do terço mariano; a disponibilidade em servir onde foi chamado; a alegria da presença de cada um; a oferta dos alimentos para o “Mesa Brasil” – cumprindo uma obra de misericórdia:Dar de comer a quem tem fome.”
Nosso muitíssimo obrigada a você que aqui esteve durante esta semana para exaltar a Santa Cruz e engrandecer o nome de Deus.”
Luisa Garbazza



        Após a celebração eucarística, todos se reuniram em frente à capela para o “café comunitário”: cada pessoa levou algo para partilhar. Foi um momento de descontração e alegria. Uns pegaram logo um biscoito ou um pedaço de pão e saíram apressados, pois estavam em cima da hora de ir para o trabalho. Outros permaneceram para um café mais tranquilo e uma conversa agradável. Louvado seja Deus por esses momentos de paz e fraternidade que nos tornam mais unidos e mais irmãos em Cristo.

  





Às 15h, outra vez o Terço da Misericórdia, sob a coordenação do Grupo de Oração Imaculado Coração de Maria. Tomara possamos ser abençoados por Jesus, em sua infinita misericórdia, e possamos colocar em prática seus ensinamentos em prol dos mais necessitados, dos marginalizados e oprimidos. E daqui, do alto da cidade, aos pés da cruz, possamos sempre suplicar a misericórdia de Deus sobre cada um de nós.



Sexta-feira, 16 de setembro, 19h. Começamos a Via-Lucis, momento de oração em que refletimos os passos de Jesus após a ressurreição. É o caminho de luz deixado pelo Mestre como esperança para todos os que n’Ele creem. Coordenados pelo Luiz Oliveira, catequista na Comunidade Sagrado Coração, com a presença do Padre Rogério e de várias turmas de catequese, fizemos a caminhada orante em volta do canteiro central da Rua Cruz do Monte, em frente à capela do Senhor Bom Jesus.
Seguindo o roteiro preparado para a Semana da Família, refletíamos, em cada parada, sobre os passos do ressuscitado e sobre nossa condição de filhos de Deus. De volta à capela, tivemos momentos de reflexão e espiritualidade, conduzidos pelo Luiz.




Após a Via-Lucis, houve mais um momento de alegria e fraternidade enriquecido pela música. O ajuntamento em torno das barraquinhas, com caldos, tropeiro, canjica e cachorro-quente, promovia o envolvimento entre as pessoas. A presença dos cantores Marcelo e Cristiano e do Fred – sanfoneiro – fazia aflorar a alegria dos presentes, que não só aplaudiam, como também cantavam.
Assim encerramos a noite: com a simplicidade da vida em comunidade e com a alma leve e agradecida.



          Sábado – 17 de setembro
No sábado, estava tudo acertado para o encerramento da nossa festa: Missa de encerramento, às 19h, e, logo após, barraquinhas e show com a dupla bom-despachense João Marcos e Maurício.
         Mas os planos de Deus foram diferentes: à tarde, o tempo começou a mudar; nuvens espessas cobriram o céu e escureceram o dia; ventos fortes sopravam de um lado e de outro; a chuva veio, para amenizar o calor.
         Antes das 18h, o Flávio e eu chegamos à Cruz do Monte. Apenas chuviscava naquela hora, mas a praça em frente à capela estava toda molhada, com pequenas poças de água. A equipe de som já havia chegado, mas disseram que não podiam armar os aparelhos, pois corria risco de curto-circuito, por causa da água e pelo receio de voltar a chover forte. Um telefonema para a Cristiane, outro para o Padre Mundinho e a decisão: cancelar o show. E assim foi feito: a equipe de som foi dispensada; João Marcos e Maurício foram avisados.


Às 19 horas, com a capela cheia de fiéis, teve início a missa de encerramento. A organização da celebração ficou a cargo da Comunidade Sagrado Coração, coordenados pela “Tuca”. Padre mundinho foi o celebrante.



Na homilia, com palavras profundas, cuidadosamente preparadas e pronunciadas, Padre Mundinho levou-nos, mais uma vez, a refletir sobre o significado da cruz ao longo do tempo: antes sinal de castigo e condenação; depois de Cristo, sinal de vida e ressurreição. 
Após a missa, organizamos a procissão com a Cruz Santa e o Crucificado.  Demos a volta em torno do canteiro central da Rua Cruz do Monte e retornamos para a capela, onde recebemos as bênçãos das mãos do Padre Mundinho. Em seguida, os fiéis se aproximaram para beijar e exaltar o Senhor Bom Jesus da Cruz do Monte.
 Na saída, não faltou quem lamentasse o cancelamento do show, pois a chuva havia partido para outros lugares. Mas os planos de Deus são mais fortes que os nossos. O show ficará para outras ocasiões. O mais importante foi o conteúdo dessa festa, a primeira Semana da Santa Cruz, na Cruz do Monte. Com certeza, ano que vem estaremos juntos novamente para exaltar a Cruz de Cristo e convivermos cristãmente.



 Com essa Santa Missa, encerramos a Semana da Santa Cruz.
O grande cruzeiro ali ficou, fincado firme naquele chão, abençoando a cidade.
Com a graça de Deus, ali ficará por longos e longos anos: herança dessa geração.



Assim terminamos nossa festa: com a satisfação do dever cumprido; o coração agradecido; o propósito de continuar a realizá-la nos anos subsequentes; o desejo de que ela se torne um jubileu.

Luisa Maria Garbazza Andrade
Secretária do Conselho Paroquial de Evangelização (CPE)
 Paróquia N. S. do Bom Despacho

26 de setembro de 2016