sexta-feira, 15 de julho de 2016

Rua e poesia

 Julho é mês de magia:
férias e alegria.
De repente...
O dia nasceu diferente.
Temos um bom motivo para sorrir:
a rua deixou-se cobrir.
As cores todas se uniram
e o vasto céu invadiram.
O azul tornou-se matizado,
envolvente , enfeitado.
O ambiente saiu do normal,
qual as ruas de Águeda em Portugal.
A rua ganhou mais vida, mais emoção.
É olhar para o alto e voltar a ser criança,
entrar na dança das cores e deixar à larga o coração.
A caminhada torna-se mais leve;
O tempo, muito breve.
O andar torna-se bem vagaroso;
o dia a dia, mais gostoso.
Os olhos acompanham das bandeirinhas o bailado,
a tristeza é posta de lado.
As horas têm sabor de mel:
música e poesia nos ares da Dr. Miguel.
Luisa Garbazza
15 de julho de 2016

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Ato de gratidão

Neste mundo, vasto e diversificado, somos convidados – através das palavras do Mestre Jesus – a nos amar uns aos outros, pois somos todos filhos de Deus, irmãos, portanto. Na caminhada de uma vida inteira, temos muitas oportunidades, e maneiras distintas, de demonstrar nosso amor ao irmão e ao Criador. Uma delas é a gratidão. Nossa gratidão ao Todo-Poderoso pode ser confirmada em forma de louvores, de ação de graças e, de forma muito especial, devolvendo a Deus o que é de Deus através do dízimo. O dízimo é a maior e mais concreta forma de gratidão a quem nos deu tudo que temos e construímos.
Entender o real significado do dízimo faz parte do crescimento espiritual de todo cristão. Na Bíblia temos várias passagens sobre essa forma de amor ao Pai. Já no livro de Gênesis, bem no início da história do povo de Deus, encontramos Abraão que, em sua sabedoria, devolvia seu dízimo e bendizia a Deus: “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos. E Abrão lhe deu o dízimo de tudo.” (Gn 14,20).
No livro do Eclesiástico, percebemos que, mais que devolver o dízimo, pois ele pertence a Deus, devemos fazê-lo com o coração aberto, cheio de alegria, certos de que estamos fazendo algo agradável a Deus e que certamente nosso ato será digno de reconhecimento: “Dá glória a Deus de bom coração e nada suprimas das primícias (do produto) de tuas mãos. Faze todas as tuas oferendas com um rosto alegre, consagra os dízimos com alegria. Dá ao Altíssimo conforme te foi dado por ele, dá de bom coração de acordo com o que tuas mãos ganharam, pois o Senhor retribui a dádiva, e recompensar-te-á tudo sete vezes mais”. (Eclo 35,11-13)
O valor arrecadado com o dízimo é empregado para custear todas as despesas da paróquia, que não são poucas, inclusive para as despesas com os sacerdotes – dever do cristão, como nos ensina São Paulo: “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que servem ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (1 Cor 9,13-14)
Quando entendemos que o Dízimo é um gesto de amor a Deus, pois estamos contribuindo para que seu nome seja engrandecido e o Evangelho de Cristo seja levado a um crescente número de pessoas, passamos a devolvê-lo com o coração aberto e a alma feliz e agradecida: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” (2 Cor 9,7)
Em nossa paróquia, o segundo domingo de cada mês é o “Dia do Dízimo”. Estamos fazendo na Igreja Matriz, como acontece em várias comunidades, a experiência da caminhada para a entrega do nosso dízimo. É um ato carregado de significado. Temos a oportunidade de nos levantar e nos dirigir até o altar para entregar nossa oferta. Vamos nos aproximar e dizer a Deus: Eis aqui, Senhor, minha contribuição. Esse é um pouco de tudo que me deste que venho devolver. Eu quero me comprometer com a expansão do Evangelho. Eis, senhor, minha gratidão por tudo que recebo de Vós todos os dias de minha existência. Recebe, Senhor, meu dízimo, que trago com toda a alegria. Amém.
Está sendo gratificante perceber as pessoas se aproximar, olhar-nos nos olhos e dirigir-nos um sorriso, como se dissessem: “Eu sou dizimista e faço questão de sair do meu lugar e vir até o altar para oferecê-lo a Deus.” Devolver o sorriso também é um ato de gratidão a Deus por todos aqueles que confiam em suas palavras. Se você ainda não fez essa experiência, aproveite o próximo segundo domingo e verá como a alma fica mais leve quando estamos em sintonia com Deus.
Luisa Garbazza
Publicação do jornal "Paróquia N. S. do Bom Despacho
julho de 2016

domingo, 3 de julho de 2016

Caminho para a santidade

A vida é um sopro divino. E como tal, torna-se indispensável a presença do Espírito Santo em tudo que fazemos, pensamos, falamos... Deus tem um propósito para cada um de nós aqui na terra e cabe a nós realizá-lo da melhor forma possível. Seja qual for nossa missão, o objetivo maior é a nossa santificação. Por isso precisamos crescer na fé um pouco mais a cada dia e buscarmos os caminhos do Senhor.
Nessa busca constante pela maturidade espiritual, estamos sempre querendo conhecer melhor o significado da Palavra de Deus. Lemos, ouvimos, meditamos. Para isso, qualquer meio é válido: a Bíblia, livros, revistas, televisão, internet, rádio e, o mais próximo de nós: o padre no altar.
Ao colocarmos em prática essas palavras, enfrentamos muitos obstáculos. Nem sempre sabemos se estamos fazendo a coisa certa, ou se as pessoas estão entendendo nossos propósitos. E nem sempre conseguimos entender os propósitos das outras pessoas. Por isso, achei tão significativa uma frase que ouvi do Padre Reginaldo em seu programa matinal: “A santidade passa pelas segundas intenções.” Sim. O que importa não é o que fazemos ou falamos, mas a intenção que colocamos em nossas palavras e obras. Qual é a segunda intenção quando se está a serviço da Igreja por exemplo. Apenas aparecer? Mostrar que sabe mais que os outros? Fazer cara de santo? Viver de aparência? Ou, realmente, por trás dessas atitudes, há um coração contrito, uma alma voltada para Deus? Foi Jesus mesmo que nos alertou ao dizer: “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” (Mt 7,21)
Nas estradas do mundo rumo ao céu”, somos convidados a nos tornar servos, a estar sempre disponíveis, a nos colocar a serviço. Isso reforçado pelos apelos do Papa Francisco: ir ao encontro do irmão, esteja ele onde estiver. Quanto mais isolado o irmão, mais necessitado está de nossa misericórdia.
Para conseguir a santidade, é preciso amar o irmão, tratá-lo com misericórdia, seja quem for e onde estiver. É preciso compreender que Deus é Pai de todos nós. É Pai dedicado e amoroso: não ama um filho mais que o outro. Para Ele não importa se é rico ou pobre, se serve no altar, se lê bem ou sabe escrever, tem dons artísticos; ou sabe varrer o templo, ajudar na organização, carregar objetos; ou se consegue apenas rezar, intercedendo por todos. Para Ele somos todos iguais e temos o mesmo valor. Inclusive os pecadores afastados da religião, que ainda não encontraram o caminho para Deus. Aliás, também são palavras de Jesus: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. (Lucas 15:7)
Assim, neste ano da misericórdia, pensemos em nossas atitudes do dia a dia. Qual a nossa segunda intenção? O que somos e fazemos - e sentimos de verdade no coração – está servindo para nossa santificação? Vamos juntos, como irmãos, fazendo a nossa parte e confiando na misericórdia de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
Luisa Garbazza

Publicação do Informativo Igreja Viva 
Paróquia N. S. do Rosário
Junho de 2016



sexta-feira, 1 de julho de 2016

Enigma

Inexplicável a sensibilidade humana 
– aquilo que fica no coração. 
Fio tênue que se rompe nos momentos escuros,
e provoca chuvas e trovoadas.
Outras vezes,  uma chuva fininha...
vai caindo vagarosamente... encharca os sentimentos...
e molha o invisível, aquilo que nos atinge por dentro.
Ninguém vê, ninguém toca, mas provoca misteriosos estragos:  
desmancha sorrisos;
rouba a alegria;
derruba o olhar;
pesa o semblante;
provoca uma inércia silenciosa, pesada e triste.
E dói. Dói muito. Dói o peito. Dói a alma.
E espera, a cada nuvem que passa,
o prenúncio de novos ares, novos tempos.
Espera o sol que aquece, ilumina
e dissipa qualquer sombra que venha tirar o brilho do olhar,
a calma no peito, a alegria da alma.
Luisa Garbazza
1º de julho de 2016