domingo, 20 de março de 2016

Padre Robson - 90 anos

Missa em homenagem ao padre Robson - sacerdote sacramentino de Nossa Senhora - por ocasião dos seus 90 anos.
Com toda a fragilidade peculiar da idade, ele conserva a vontade de viver e, através de sua serenidade, transmite-nos grandes lições de vida.

Após a celebração, a mensagem:

          Estamos aproveitando essa celebração para prestarmos nossa homenagem a esse aniversariante tão especial: nosso querido padre Robson.
          1926 – 2016 – noventa anos. Noventa anos de vida bem vivida, de renúncias, de entrega a Deus, de trabalho de evangelização, educação e assistência ao povo de Deus.
         Querido padre Robson, nós nos alegramos em festejar com o senhor essa data tão significativa. Nós nos alegramos ao ver quão viva é a sua vida. Admiramos o seu entusiasmo, a sua alegria, a sua busca constante por algo ainda desconhecido, a sua luta com o tempo – um tempo tão cheio de relógios e interrogações.
         Admiramos mais ainda sua sabedoria ao nos deixar – através de um momento de inspiração – essa reflexão tão linda sobre a vida, essa belíssima frase de Santo Agostinho: "Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti."
          Esse é o presente do padre Robson para nós: levar-nos a refletir sobre essas palavras: Deus nos criou sem nossa permissão, mas não nos salvará sem nossa ajuda, sem que queiramos ser salvos.
          Aproveitemos essa reflexão para bem entrarmos na Semana Santa e permitir que Deus faça parte efetiva em nossa vida.

          Parabéns, padre Robson! E obrigada por tudo o que o senhor representa em nossa paróquia, em nossa cidade.
Luisa Garbazza

Padre Robson se emociona ao encontrar-se com o povo que o abraça com carinho e gratidão. 




                   Na recepção, o totem que tanto queria, alegria e descontração.




Bom Despacho, 20 de março de 2016

sexta-feira, 11 de março de 2016

Oração e vida

O tempo litúrgico nos traz, mais uma vez, a Quaresma: tempo para meditarmos sobre os quarenta dias em que Jesus passou no deserto, em jejum e oração, antes de sua paixão e morte de cruz. Para nós, deve ser – além do jejum e da caridade – um tempo forte de oração.
Em 2016, através da Campanha da Fraternidade, a Igreja nos coloca frente a um problema social e nos pede ações e orações para a melhoria e preservação do meio ambiente: CASA COMUM: NOSSA RESPONSABILIDADE. É direito de cada filho de Deus usufruir das maravilhas feitas pelas mãos do Criador; é dever de cada cidadão zelar pela natureza e propiciar direitos iguais para todos os irmãos e irmãs: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 24).
Com o intuito de valorizar a vida no planeta, muito pode ser feito. Mas, seja qual forem os critérios para agir em defesa da vida, precisamos da presença de Deus. Seja qual for nossa disponibilidade para nos aderirmos ao projeto de Deus, pouco conseguiremos sem a força da oração. É através dela que entramos em sintonia com o Criador de todas as coisas. Por isso, principalmente neste tempo da Quaresma, não nos esqueçamos de elevar nosso pensamento a Deus e rezar.
Estejamos em oração por todas as pessoas que detêm o poder e possuem força para mudar alguma coisa na esfera social. Que Deus lhes conceda a sensibilidade necessária para perceber que todos temos os mesmos direitos e que, se alguns passam fome e vivem em lugares inóspitos, sem dignidade, é porque outros têm mais que o necessário. Deus permita que nossos governantes tomem consciência de seus direitos e, acima de tudo, de seus deveres para com o povo que representam. Assim poderemos ver uma sociedade mais justa, com saúde, educação, lazer e saneamento básico para todos.
Rezemos por todos os cidadãos, para que aprendam a cuidar do que é seu, mas que não se esqueçam de zelar pelo que é comum a todos: aprendamos a valorizar os espaços públicos; a não sujar nem estragar nosso patrimônio; a cuidar do lixo; a evitar o desperdício; a evitar o consumismo desenfreado; a promover a partilha.
Através da oração, peçamos a Deus por todos os seus filhos e filhas que vivem em condições sub-humanas, desacreditados da vida, sem esperança. Imploremos a misericórdia de Deus para que saibamos ajudar nossos irmãos e irmãs a sair do marasmo da subexistência, a lutar por uma vida digna e por melhores condições de vida, sempre com fé e confiança na força da oração, que nos alimenta a alma e nos mantém em sintonia com o Pai.
Estejamos em oração, para que não nos deixemos cair na tentação da vida fácil, do lucro desmedido, do poder a todo custo. Não nos adianta nada viver uma vida de riqueza, mas de injustiça; de vitórias e subidas, à custa do fracasso do outro; da ambição sem medida e do acumulo de bens que nos torna cada vez mais egoístas e distantes de Deus.

Em oração constante, eu vos peço, Senhor Deus, que olhai para vosso povo miserável e dai, a cada um de nós, a graça de conhecer vossos ensinamentos, através da palavra; a sabedoria para saber o que é do vosso agrado; a força necessária para agir em favor do irmão que necessita de ajuda, de uma palavra amiga, de um sorriso, ou de um simples olhar de misericórdia.  Dai-nos, Senhor, cada dia mais, a graça de nos entregarmos a vós, de vivermos em sintonia convosco, com o universo, com nossos irmãos e de fazer de cada instante de nossa vida um momento de oração. Amém.
Luisa Garbazza
Informativo Igreja Viva
Paróquia N. S. do Rosário

quarta-feira, 9 de março de 2016

Via dolorosa

A Quaresma é um tempo propício para uma reflexão acerca de nosso modo de viver a vida e de conviver com nossos irmãos em Cristo. Como nos deixou escrito o Servo de Deus Pe. Júlio Maria (Comentário de Vida Litúrgica do Evangelho Dominical, p. 174): "Que tempo pode haver mais favorável para inspirar-nos um verdadeiro ódio ao pecado, do que o tempo da Quaresma, consagrado à paixão e morte do Salvador? (...) As graças são mais abundantes, e todos os ofícios da Igreja, bem como todos os ensinamentos da Liturgia, tem por fim excitar em nós o ódio ao mal e a vontade de fazer o bem." Um desses “ofícios da Igreja”, proposto para esse tempo de conversão, é a Via-sacra: um exercício religioso de oração e meditação.
O exercício da Via-sacra surgiu na época das Cruzadas, nos séculos XI a XIII, época em que os fiéis vinham de longe, percorriam os lugares santificados pela vida, paixão, morte e glorificação de Cristo e quiseram reproduzir, no ocidente, toda essa peregrinação. Reproduziram então em 14 quadros representando as estações, quer dizer, a via dolorosa que nos apresenta as principais cenas da Paixão de Cristo a serem meditadas.
Aqui, na Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, sempre houve o costume de se fazer a “Via Sacra”. Individualmente ou em grupos, os fiéis reservam um tempo, durante esses quarenta dias, para caminhar com Jesus por essa “Via Crucis”. Além dos textos tradicionais para se meditar nessa caminhada, temos a proposta sugerida pela CNBB, que abrange, além dos passos de Jesus, o tema da Campanha da Fraternidade. Em 2016, meditamos sobre “CASA COMUM, NOSSA RESPONSABILIDADE”. É um apelo para tratarmos o planeta, nossa casa comum, com uma dose extra de carinho. Se é uma casa comum, é dever de todos cuidar para que seja preservada.
Essa Via-sacra, proposta pela CNBB, está sendo realizada, em todas as comunidades, como parte dos encontros propostos para a Campanha da Fraternidade. Na Igreja Matriz, estamos rezando toda quarta e sexta-feira, às 18 horas. A cada dia, um número crescente de fiéis junta-se a nós para esse momento de oração. Um grupo que se une em preces, que eleva o pensamento e a voz a Deus, reza, pede, agradece, canta. Com a participação de todos, vamos andando, sem pressa nem atropelos, em volta da igreja, acompanhando os passos de Jesus.
Em cada passo, a presença de Jesus: que enfrenta a prisão; é condenado por Pilatos diante da multidão; cai por terra e ora ao Pai: “Pai, se for possível, afasta de mim este cálice!”; encontra-se com sua mãe; recebe ajuda de Simão, o Cirineu; obtém instantes de refrigério quando Verônica enxuga-lhe o rosto; cai pela segunda vez; consola as mulheres de Jerusalém; sucumbe, pelo peso da cruz, e cai por terra pela terceira vez; é despido de suas vestes; é crucificado; morre na cruz; José de Arimateia retira o corpo de Jesus; Jesus é sepultado. Todo esse sofrimento foi para nossa salvação.
Em cada estação, os pedidos de socorro para nós e para essa terra – nossa casa comum: justiça para todos; libertação de todo aprisionamento que prejudica a vida; reerguimento de todos os abandonados e esquecidos da terra; ajuda para que as religiões cresçam no diálogo que promove o cuidado com a vida; eficiência no cuidado da família global; saída de nós mesmos para mudar a sociedade; prática da justiça e da verdade; valorização, no interior da Igreja, da atuação pastoral; combate à corrupção que impede o desenvolvimento de políticas sustentáveis; avivamento das comunidades cristãs; desejo da prática do bem; trabalho para a criação de um mundo onde os limites sejam superados; cura da maldade que destrói a vida; perdão pelas vezes que prejudicamos a criação com a nossa poluição; o compromisso de fazer alguma coisa para que o mundo seja melhor.

No final, a vitória de Cristo e o pedido: Ó Pai, ajudai-nos a descobrir que estais vivo em cada criatura, para manifestar a glória do Ressuscitado. E, ainda, o agradecimento, pois o cansaço do corpo é compensado pela leveza da alma que se eleva a Deus e dá graças por todos os benefícios que Ele nos concede.
Luisa Garbazza
Publicação do Jornal "Paróquia N. S. do Bom Despacho"
Março de 2016

sábado, 5 de março de 2016

Lágrimas da alma


Aos 5 dias do mês de março de 2016
Dia em que a alma ficou aquém das expectativas, mas, com a graça de Deus, recuperou a serenidade.