Setembro é um mês muito especial para nós
católicos: é o mês em que colocamos a palavra de Deus em destaque; é o mês da Bíblia.
Todo ano, a Igreja, através da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
– determina uma sequência bíblica e um tema para reflexão durante este mês. Em
2015, estamos diante do Evangelho de São João, com o lema: “Permanecei no meu amor para dar bons frutos” (Jo 15,8-9).
A manifestação do amor de Deus para com os homens
está presente em toda a história da humanidade. Mais ainda, depois da vinda de
seu filho Jesus: “E o verbo se fez carne
e habitou entre nós.” (Jo 1,14). João deixa isso bem claro em seu Evangelho
e narra, em várias passagens da vida pública de Jesus, o amor que Ele demonstra
pelo povo de Deus: “Ele, que tinha amado
os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
Esse amor de Jesus também é manifestado em obras.
Quem ama cuida, é solidário, dá carinho, procura aliviar a dor dos que sofrem.
Assim Jesus o fez. Foi solidário com os amigos daquela festa de casamento em
que o vinho acabou. Aquelas talhas de água transformada em vinho foi o primeiro
sinal concreto de seu amor. Deparamos também na narração de São João, o
encontro de Jesus com a samaritana. Ali, ao lado daquele poço, ele se coloca
como Água Viva que sacia a sede da alma. A samaritana bebe primeiro a fonte de
água viva que são as palavras de Jesus. Depois suplica a Ele: “Senhor, dá-me desta água, para eu já não
ter sede nem vir aqui tirá-la!” (Jo 4,15) Mais adiante, Jesus se coloca
como protetor, cheio de cuidados por aqueles que ama: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas”. (Jo
10,11) Como mensagem de amor, Jesus dá o exemplo e lava os pés dos discípulos.
Deixa-nos também um ensinamento: “Se Eu,
que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns
aos outros.” (Jo 13,14)
Em outras passagens do Evangelho, São João descreve
os encontros de Jesus e sua preocupação com o povo, principalmente os mais
pobres, os mais sofridos, os marginalizados, os doentes. O preceito que Ele nos
transmite, através da palavra presente na Sagrada Escritura, é de paz, amor e
solidariedade. Sempre pedindo que amemos uns aos outros e coloquemos em prática
seus ensinamentos, que imitemos seus exemplos e sigamos seus passos. Durante a
vida pública de Jesus, depois que escolhera os doze discípulos para continuar
sua obra, Ele deixou mais um ensinamento de vida em comum: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos
amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos.”
(Jo 15,12-13). Depois da ressurreição de Jesus, o Evangelho de João narra sua
aparição e a missão destinada aos apóstolos: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio
a vós.” (Jo 20,21).
Jesus enviou os doze e envia cada um de nós para
essa mesma missão: anunciar o Evangelho, tratar a todos como irmãos e propagar
o amor ao próximo, a solidariedade, a partilha. E deixa-nos a doutrina do amor
sem medida. É isso que devemos fazer, se quisermos seguir o Mestre: amar ao
extremo, dar continuidade a essa aliança de amor realizada em Jesus Cristo. É isso
que Ele espera de nós: que acolhamos o irmão que encontramos pelo caminho; que
transmitamos sua mensagem de paz; que vivamos na igualdade, sem preferências,
sem discriminações ou marginalizações; que tenhamos todos uma só identidade:
filhos de Deus.
Que neste mês da Bíblia, meditemos nas palavras de
São João e tenhamos fortalecida nossa fé e nossas convicções nos valores
deixados pelo nosso Mestre Jesus. Assim poderemos viver melhor o mandamento do
amor sem medida que Ele nos deixou.
Luisa Garbazza
Publicação do Informativo Igreja Viva
Paróquia N. S. do Rosário
Setembro 2015