Divino amanhecer

O frio da manhã impregna o ar

invade os espaços

entorpece o corpo.

Desânimo – quietude – letargia

Lento é o despertar.

O dia – o que vejo de minha janela – está sombrio.

A alma, não.

Esta se ilumina, pois em tudo vê a presença de Deus:

nas nuvens que são espalhadas suavemente pelo vento,

no azul do céu que se descortina,

nos raios – poucos – do sol;

Na brisa suave que embala as folhas das árvores,

no ar frio que entra pela janela e enrijece-me a face;

No rosa vivo da roseira – contraste perfeito 

        com o verde do jardim

     e o azul do céu.

É a vida que se renova.

É presença divina.

É a alma aberta para um novo dia.

                       

 

Luisa Garbazza

Amanhecer do dia 30 de maio de 2014

Presença filial

Filho em casa é graça divina.

É o amor que se renova,

É som, ternura, abraço, beijo.

A presença revigora a alegria,

Restaura a paz do espírito,

Harmoniza as emoções.

Filho renova os ares da casa

Preenche os espaços vazios

 Revigora o coração.

É o sorriso no cumprimento,

A música que toca a alma,

O som que espanta a solidão.

Filho é a essência da vida,

Alento nas horas sofridas

Carregadas de nostalgia.

Quando chega traz harmonia

Devolve a saudade sentida

Às gavetas do coração.

* Quisera ver essas gavetas sempre fechadas. 

Que os filhos não fossem embora.

Mas sei que é utopia. 

Casa dos pais agora é só um ninho 

que o pássaro, já adulto, 

pousa de quando em quando.

Luisa Garbazza

Manhã de sábado, 24 de maio de 2014

* Ao meu filho, Rafael, hoje mais presente em minha vida.

“Quem encontra Maria, encontra Jesus.”

Para nós, cristãos católicos, é fácil compreender o papel de Maria na história da humanidade e encantar-nos por ela. Maria colocou-se à disposição, pronta para servir a Deus, desde a mais tenra idade, quando respondeu ao anjo: “Eis aqui a serva do Senhor!” A partir de então, a jovem de Nazaré assumiu a missão mais sublime: ser mãe de Jesus, o filho de Deus. E, mais tarde, mãe de todos nós.

Como mãe da humanidade, Maria nos ensinou as mais nobres missões através de seus exemplos de obediência, solidariedade, humildade e aceitação. Tão logo soube da gravidez de Isabel, sua parente, pôs-se a caminho para ajudá-la. Ensinou-nos assim a sair um pouco de nosso comodismo egoísta e caminhar em direção ao outro. Aprendemos com ela a auxiliar os que precisam de ajuda: a mão amiga, uma palavra de conforto, um sorriso ou a simples presença.

Maria também foi exemplo de esposa e de mãe. Com a família de Nazaré, aprendemos a viver em união, uns ajudando aos outros, com simplicidade e amor. E nessa missão, foi fiel até o fim. Acompanhou os passos de Jesus por toda a vida. Deu-lhe amor, sofreu com Ele e por Ele, permaneceu firme aos pés da cruz e acompanhou-o ao sepulcro. Suportou dignamente, mas com uma dor incomparável, a realização da profecia de Simeão: “E uma espada transpassará a tua alma.”

Em meio a tanto sofrimento, ao ouvir as palavras de Jesus, – “Mulher, eis aí o teu filho!” – Maria aceitou João em seu coração de mãe e ainda encontrou forças para abraçar a humanidade inteira. Essa mulher, que carregou Jesus no ventre contribuindo para o projeto de Deus, continuou sua missão depois da ressurreição de Cristo. Acompanhou os apóstolos e ajudou na formação das primeiras comunidades cristãs. Essa mulher, que viveu com Jesus desde o momento da anunciação, foi merecidamente levada aos céus, novamente para junto dele. E de lá continua advogando por nós.

Por tudo isso, o caminho mais fácil para chegarmos a Jesus, é através do coração de Maria, nossa Mãe Santíssima. Ela é nosso elo com o Salvador. É quem intercede por nós em todos os momentos. Maria é nossa medianeira. É quem abre nossos caminhos para chegarmos a Jesus. E é também quem abre os caminhos para que a graça chegue até nós. Podemos ter certeza de que Jesus ainda ouve as palavras da mãe. Ela que foi a primeira a sentir o seu amor. A primeira a anunciar e a se alegrar com a presença do Deus Menino: "Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva. (Lc 1,46-48)

É Maria que nos revela seu filho. Assim, todas as vezes que nos colocarmos em prece, invoquemos Maria e ela nos apresentará Jesus. Por intermédio da mãe, encontraremos o filho e a seus pés poderemos depositar cada um de nossos pedidos.

Luisa Garbazza

 

Publicação do Informativo Igreja Viva
Paróquia Nossa Senhora do Rosário
Maio de 2014