No
Século I da era cristã, quando vários apóstolos entregaram a vida por amor a
Jesus, temos o exemplo do evangelista São
Marcos. Era judeu, da tribo de Levi, filho de Maria de Jerusalém. Foi
convertido à fé cristã depois da morte de Jesus e, segundo os historiadores,
teria sido batizado pelo próprio são Pedro. Privilégio na época, ele fez parte
das primeiras famílias cristãs. Conta-se que em sua casa Cristo celebrou a
última ceia, quando instituiu a eucaristia. Foi nela, também, que os apóstolos
receberam a visita do Espírito Santo, após a ressurreição e fizeram daquele
lugar um ponto de encontro e reunião com os cristãos primitivos.
São
Marcos foi um dos setenta apóstolos enviados depois dos doze discípulos. Era
sobrinho de São Barnabé e foi um companheiro muito próximo também dos Apóstolos
Pedro e Paulo.
Esse
carismático evangelista de Cristo acompanhou Barnabé e Paulo à Antioquia, em
viagem missionária, onde atuou como auxiliar de Paulo, mas logo voltou a
Jerusalém. Depois, com Barnabé, embarcou para à ilha de Chipre, na sua primeira
viagem apostólica, onde fundou Comunidades, e depois foi para Roma, visitar
Paulo, prisioneiro naquela cidade.
Em
Roma trabalhou muito tempo como intérprete de São Pedro, que afetuosamente o chamava
de filho, registrando tudo que ele se lembrava sobre Jesus.
Nesse
período, no ano de 56, com base nas pregações de Pedro, começou a escrever seu
Evangelho, sendo o primeiro a fazer registros sobre a vida, paixão e morte de
Jesus. Seu relato começa pela missão de João Batista, cuja "voz clama no
deserto". . Mais do que em qualquer outro Evangelho, São Marcos revela
Jesus como “o filho do homem”. Deste modo, a pessoa de Jesus torna-se
misteriosa porque encerra em si, ao mesmo tempo, um homem verdadeiro e um Deus
verdadeiro. Na primeira parte, Jesus mostra-se mais preocupado com o
acolhimento do povo, atende às suas necessidades e ensina; na segunda parte
volta-se especialmente para os Apóstolos que escolheu, revelando-lhes
progressivamente o plano da salvação e introduzindo-os na intimidade do Pai. O
objetivo de São Marcos ao escrever esse Evangelho foi mostrar que Jesus é o
Filho de Deus e Nosso Salvador. Para isso se demora mais nos milagres do que
nas palavras do Salvador, escrevendo poucas parábolas por extenso.
Marcos
fez ainda várias viagens: ajudou a fundar igrejas no Egito; construiu escola
cristã em Alexandria, onde visitou a casa de Ananias, curou uma de suas mãos
aleijada e batizou várias pessoas; pregou o Evangelho nas regiões do interior
da África.
Segundo
a tradição, ele foi martirizado no dia da Páscoa, enquanto celebrava o santo
sacrifício da missa. Os pagãos aprisionaram-no, espancaram-no, arrastaram-no
pelas ruas e jogaram-no na prisão. A São Marcos foi concedida uma visão do
próprio Senhor Jesus Cristo que o fortaleceu antes de suas torturas. São Marcos
entregou seu espírito a Deus, dizendo: «Em tuas mãos, ó Senhor, eu entrego meu
espírito». Suas relíquias foram trasladadas pelos mercadores italianos para
Veneza, cidade que é sua guardiã e que tomou são Marcos como padroeiro desde o
ano 828.
A
Igreja celebra a memória desse santo em 25 de abril.
Nos
dias de hoje, muitas ideologias e doutrinas errôneas afastam muitos cristãos do
projeto de Deus. Assim sendo, a Igreja e o mundo precisam de cristãos como
Marcos Evangelista: em profunda comunhão com Deus e com os irmãos; missionário
que anuncia e testemunha a boa nova de Jesus; articulador de novas comunidades;
dedicado ao Reino.
São
Marcos, rogai por nós.
Luisa Garbazza – 20 de março de 2012
Publicado no Informativo Igreja Viva - Paróquia N. S. do Rosário - em abril de 2012